Em MG, agricultores apostam em variedade diferente de tangerina
O cruzamento da tangerina ponkan com uma variedade japonesa está rendendo um bom lucro para os agricultores de Antônio Carlos, em Minas Gerais. Frutos da dekopon são maiores e o preço remunera bem.
Empolgado, o agricultor mostra os pés de tangerina carregados. Esta é a segunda safra comercial da propriedade de Paulo Adriano Oliveira, que fica em Antônio Carlos, região do Campo das Vertentes de Minas Gerais. A estimativa é que os 250 pés rendam entre 350 e 400 caixas.
As frutas são de uma variedade pouco conhecida no Brasil trazida há cerca seis anos para a região. As tangerinas dekopon são mais resistentes ao ataque de pragas e a produtividade é maior que a da pokan, cerca de 20% a mais. As frutas, geralmente mais ácidas, surpreendem pelo tamanho até três vezes maior que o da tangerina tradicional.
Cinco agricultores da região decidiram apostar na variedade e a dekopon já representa quase 10% da produção local.
A tangerina dekopon é um hibrido, resultado do cruzamento da pokan com uma variedade de tangerina japonesa. O pé produz frutos que chegam a pesar até um quilo, a casca também é diferente, mais áspera e firme, e o cheiro é mais forte. Outra característica que facilita a comercialização é que os gomos não têm sementes.
Mesmo com todos estas qualidades, a tangerina dekopon ainda é pouco conhecida pelos consumidores, o que não desanima o produtor, muito pelo contrário. Giuliano Bergamaschni aposta na expansão do mercado, principalmente porque a safra desta variedade vai de maio a outubro, cerca de cinco meses, período de produção bem maior que o da pokan, que dura em média três meses.
No período sem concorrência, a caixa da dekopon pode chegar a R$ 80. Já no período de concorrência, a caixa com 20 quilos da dekopon é vendida por R$ 18.
As condições climáticas para o plantio na região são boas e as plantas se adaptaram bem. Com manejo correto, irrigação, adubação e poda no mês de março, a dekopon pode ser um excelente negócio.
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