Câmara de Cuiabá retoma sessões e decidirá sobre relatório da CAB

A Câmara de Cuiabá retoma as sessões ordinárias, amanhã, que estavam suspensas há duas semanas em virtude dos jogos do Brasil na Copa e das partidas na Arena Pantanal. Na pauta de votação deve entrar o “relatório da discórdia”, resultado da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da CAB Cuiabá. A votação do relatório final foi adiada por duas vezes depois que os vereadores Dilemário Alencar (PTB) e Faissal Calil (PSB) pediram vistas para melhor avaliar o documento considerado por alguns parlamentares como “capenga e falho”.

O adiamento pela segunda vez no dia 10 deste mês, gerou bate boca entre Dilemário e o presidente da CPI, Renivaldo Nascimento (PDT) que insinuou que o petebista estaria tentando politizar a questão para “ganhar visibilidade”. O relator da CPI, Chico 2000 (PR) também se envolveu na discussão e também criticou Dilemário.

A insatisfação dos parlamentares é pelo fato de que os trabalhos da Comissão acerca do contrato da CAB com a Prefeitura de Cuiabá, em vigor desde abril de 2012, duraram mais de 6 meses e ao final só cobrou da empresa a entrega de cronograma de execução de obras.

Na sessão ordinária do dia 10 de junho, Dilemário teceu várias criticas ao relatório e pediu atenção dos demais vereadores antes de aprovarem o documento, destacando que o problema da água em Cuiabá e também do esgoto é algo muito sério que merece atenção redobrada de todos os vereadores. O petebista enfatizou que caso o relatório fosse aprovado da forma como foi apresentado por Renivaldo e Chico 2000, todos os vereadores poderiam estar sendo “coniventes” com o problema já que as reclamações de falta de água e problemas como aumento de taxas aumentaram entra a população e também no Procon depois que a CAB assumiu os serviços em 18 de abril de 2012.

Ao ser contestado por Renivaldo, Dilemário disse que não mudava de opinião e chegou a pedir aos colegas parlamentares que “reprovassem o relatório capenga”. “Peço ao plenário que reprove o relatório da CPI porque não atende as expectativas do povo cuiabano”, disse o petebista. Por sua vez, o relator da Comissão, Chico 2000 disse que estava aberto a sugestões desde que se atenha ao objeto da CPI, sob pena de a CAB Cuiabá recorrer à Justiça depois e conseguir anular tudo. “Não aceito discurso político acerca da CPI”, disse o republicano.

Até mesmo o vereador Mário Nadaf (PV) que está licenciado contemplando o suplente publicou artigo criticando o relatório final da CPI da CAB e destacou que sua orientação era para que seus suplentes reprovassem o relatório. “O Partido Verde (PV), representado na Câmara por mim e pelos dois suplentes que vão assumir nos próximos 60 dias, Jesus Lange Adrien Neto (Zito) – que já responde como vereador e o próximo que irá assumir, Rogério Varanda, firmamos o compromisso de votar contra o relatório apresentado pelo Vereador Renivaldo Nascimento, presidente da CPI- Comissão Parlamentar de Inquérito e pelo relator Chico 2000”, destacou Nadaf.

Agora, com a retomada dos trabalhos na Casa resta aguardar para constatar se houve ou não alterações no relatório depois das críticas. Faissal Calil que é presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) criticou a conclusão do relatório que concluiu que não houve “vício” no cumprimento das metas do contrato. Ele ficou de estudar o documento e irá se posicionar nesta quinta-feira.