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Copa 2014
Quinta - 26 de Junho de 2014 às 21:13

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Seria muita pretensão dizer que a Costa Rica só terminou a fase de classificação como líder do Grupo do D do Mundial graças ao trabalho de um único profissional, seja ele jogador, treinador ou membro da comissão técnica. O sucesso, como os próprios atletas e membros da comissão não se cansam de afirmar, é fruto do esforço conjunto que vem sendo feito desde o início da preparação para a Copa no Brasil. Desta forma, como o técnico Jorge Pinto faz questão de dividir os méritos com todos os envolvidos, não é exagerado afirmar que a grande fase da sensação da Copa do Mundo tem uma contribuição importante de um brasileiro. Alexandre Ceolin, auxiliar de tecnologia que faz parte da comissão técnica permanente do Atlético-MG, prestou um serviço à seleção costarriquenha. 


Assim como costuma fazer no dia a dia pelo clube mineiro, Ceolin preparou um estudo detalhado de Uruguai, Itália e Inglaterra, iniciado em outubro do ano passado, para deixar o técnico Jorge Pinto com todas as informações possíveis das equipes componentes do grupo da morte.

- Ao todo fiz relatórios que tem em média 45 páginas e um DVD dos últimos seis jogos de cada uma das seleções do Grupo D, sete contando o amistoso da Itália com o Fluminense. Cada relatório tem scouts individuais de todos os jogadores convocados, jogadas de escanteios ofensivos e defensivos, além de lances de bola parada e diversos outros detalhes de posicionamento - explica.

Apesar do trabalho que utiliza um software que custa cerca de seis mil euros aos cofres do Atlético-MG anualmente, e que Ceolin teve autorização do clube para utilizar no trabalho, o auxiliar de tecnologia garante que a boa fase da Costa Rica é fruto da dedicação do grupo e da comissão técnica, mas explica que não ficou surpreendido com o resultado final do grupo da morte.

- Não é nenhuma surpresa pela dedicação e pelo empenho no trabalho deles, mas falando nos adversários do Grupo D, não só pelos jogos, mas também pelo lado individual, as estatísticas, os dados coletivos, o Uruguai foi uma equipe que nos últimos seis amistosos antes da Copa praticamente manteve 90% das escalações. Já a Itália mudou muito, foram vários os atletas usados nestes amistosos, que nem fizeram parte da lista final. Por isso, não é surpresa para mim, pela dedicação da Costa Rica, o trabalho do Jorge Pinto e da comissão, como também não foi surpresa para mim o outro classificado ter sido o Uruguai.

O trabalho

Cada vez mais comum nos clubes de futebol, o trabalho de Alexandre Ceolin começou no início dos anos 2000, quando ainda trabalhava no Cruzeiro. Desde então trabalhou em vários clubes e com diversos técnicos até chegar ao Atlético-MG. Na carreira ele coleciona 22 títulos, além da participação em duas Copas do Mundo, a primeira mais efetiva em 2006, com a Arábia Saudita, e está, com os costarriquenhos, mesmo que de forma mais indireta. Para quem não conhece o trabalho de um auxiliar de tecnologia, o profissional traça um paralelo que simplifica a explicação.

- Como se fosse um trabalho de uma consulta médica. O paciente seria o atleta que tem um sintoma a ser combatido, no caso o adversário, e quem vai comandar todo esse sistema para agir de determinada maneira é o treinador, que seria o médico. O meu trabalho seria o de um laboratório, recolho o material dos adversários e até dos próprios jogadores da equipe, faço a análise e a passo para o treinador. Com tudo isso na mão, ele vai filtrar da melhor forma para que o atleta atinja o objetivo. Minha parte, como costumo falar, é que trabalho com informação. A informação não ganha jogo, mas a falta dela pode levar a uma derrota.

Em sua segunda Copa, Ceolin explica como ocorreu o contato com a comissão da seleção caribenha, fruto do trabalho que vem desempenhando ao longo dos anos.

- O contato ocorreu ano passado por meio do secretário de turismo de Santos (Luís Guimarães) que era diretor da categoria de base do clube na época em que trabalhei lá. Aí, quando a comitiva da Costa Rica veio conhecer Santos, o secretário comentou sobre o trabalho que eu havia feito por lá e também com a seleção da Arábia Saudita. Houve esse convite, que acabou se concretizando para essa primeira fase, e também agora para a Grécia.

Sobre o time grego, que conseguiu a classificação no último minuto, Ceolin explica que o relatório está praticamente pronto, e que não será surpresa alguma se a Costa Rica estiver nas quartas de final.

- Com essa ferramenta que temos já estou com os três jogos deles da Copa, com scouts individuais e farei todo o trabalho, que em seguida encaminharei para Santos. Há tempo hábil, o jogo será domingo e acredito que poderão utilizar o material sem problemas. Vai ser um jogo parelho, equilibrado, e se a Costa Rica passar para as quartas de final não será para se assustar.

Mas nem a chance de estar envolvido com uma seleção entre as oito melhores do mundo seduz Ceolin. Ele afirma que seu trabalho junto aos costarriquenhos está encerrado, já que o Atlético-MG retorna da China, onde excursiona, e começa a se preparar para a Recopa Sul-Americana, contra o Lanús.

- Em 2006, com a Arábia Saudita, foi uma situação totalmente diferente, ocasião em que fiquei quase três meses participando da preparação deles. Mas agora meu papel foi cumprido e acabou Copa do Mundo, o Atlético está voltando da excursão para a China, dia 6 devemos embarcar para fazer a intertemporada em Buenos Aires, por isso agora vou pensar no Lanús, na Recopa. Agora só fica o carinho e a torcida.

Satisfeito com a contribuição, o auxiliar de tecnologia só garante que o carinho e torcida ficarão de lado numa eventual final com a seleção brasileira.

- A torcida é pelo Brasil, com certeza. Na hora H, numa eventual final, não tem como e acredito que o Brasil vença com certeza.





Fonte: Globo Esporte

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