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Polícia Brasil
Quinta - 04 de Outubro de 2012 às 15:13
Por: Mariane Rossi

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Mariane Rossi/G1
Carro foi apreendido pela polícia dentro de uma oficina mecânica
Carro foi apreendido pela polícia dentro de uma oficina mecânica

A Polícia Civil já sabe quem é o proprietário do carro que pode ter atropelado a jovem Ana Carolina Teixeira. De acordo com o delegado Jair Mazetto, o veículo foi encontrado em uma oficina mecânica de Santos, no litoral de São Paulo, onde passava por reparos. O automóvel tem as mesmas características do que atropelou a jovem em 23 de setembro. O motorista fugiu sem prestar socorro.

O carro encontrado apresenta vários sinais que apontam uma colisão, já que está com o capô amassado, sem o farol do lado direito e com o para-brisa quebrado. "Colocamos três equipes nesse caso e estamos juntando todas as peças. Apreendemos o veículo com as mesmas características do que causou o acidente em uma oficina mecânica. Pela nossa experiência profissional, é possível dizer que os sinais mostram que o carro esteve envolvido no acidente. Com o veículo já temos o proprietário. Mas ainda não sabemos quem estava dirigindo na hora do acidente", explica o delegado. (veja ao lado o vídeo do acidente)
 

Durante as investigações, o que mais chamou a atenção da polícia é que um boletim de ocorrência de furto foi registrado um dia depois do atropelamento. No documento, os proprietários do veículo afirmavam que o carro tinha sido roubado no dia que Ana Carolina foi atropelada. "Temos indícios de que o carro não foi furtado. Acreditamos que houve uma falsa comunicação de crime e estamos apurando. Temos imagens do automóvel dentro de um prédio, o que mostra que o carro estava na posse do proprietário. As imagens também irão para a perícia", conta Mazetto.

A advogada do proprietário do veículo, Flávia Leardini, esteve no 7º Distrito Policial no início da tarde para conversar com o delegado, mas não quis comentar o caso. Segundo Mazetto, o condutor poderá responder pelos crimes de homicídio culposo, omissão de socorro, fuga do local do acidente e falsa comunicação de crime. Ainda não existe previsão de quando o condutor irá se apresentar na delegacia. "Ele não poderá ser preso em flagrante, já que o acidente ocorreu há uma semana. Vamos submeter esse inquérito para apreciação do judiciário", explica.

Atropelamento e mobilização

Ana Carolina Cópia Teixeira (Foto: Angélica Goudinho/Arquivo Pessoal)
Ana Carolina ficou mais de uma semana internada
(Foto: Angélica Goudinho/Arquivo Pessoal)

 

Ana Carolina Teixeira foi atropelada no dia 23 de setembro. A jovem, de 21 anos, voltava do trabalho, por volta das 4h, quando foi surpreendida por um veículo em alta velocidade. O motorista que estava no carro não prestou socorro à vítima, que foi levada para a Santa Casa de Santos e passou por uma cirurgia por causa de um traumatismo craniano. A jovem permaneceu internada mais de uma semana na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital em coma induzido, até sofrer uma parada cardíaca e morrer.

Na último dia 26, amigos de Ana Carolina se mobilizaram em uma rede social para conseguir doações de sangue. Apenas na quarta, 59 pessoas foram até o hospital doar sangue em nome dela. Em uma das mensagens colocadas na rede social, mais de 2 mil pessoas compartilharam a ação, e o número de doadores não parou de crescer. Segundo a Santa Casa de Santos, o acidente com a jovem mobilizou um número recorde de doadores na cidade. Foi o maior movimento dos últimos cinco anos no local.

Enterro
Dezenas de pessoas compareceram ao sepultamento da jovem, que aconteceu na tarde desta segunda-feira (1), no Cemitério do Saboó, em Santos. O sentimento de revolta estava presente entre amigos e familiares da vítima. Horas antes, no velório, Luiz Henrique Nalin, um dos amigos mais próximos da garota, afirmou que o motorista do veículo não prestou assistência à Ana Carolina. "Infelizmente parece que a vida não tem mais valor. Parece que é só uma palavra. A morte dela não pode ficar como mais um número na estatística. Não pode cair no esquecimento. O cara não teve nenhuma decência de ligar para o resgate. A família precisa procurar um advogado para dar sequência ao processo. A história não pode morrer com ela", pede.






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