Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Segunda - 30 de Junho de 2014 às 22:32

    Imprimir


Um Informe Epidemiológico Mortalidade Materna, produzido com o objetivo de oferecer aos gestores informações sobre a situação da mortalidade materna em Mato Grosso, e, em especial, no município de Cuiabá, é revelador: pelo menos 92% das mortes de mães durante o período de gestão e parto poderiam ser perfeitamente evitadas. No período de 1999 a 2011, o numero de casos no Estado manteve-se acima do índice aceitável.

Outro dado importante diz respeito ao percentual de mortes na Capital de Mato Grosso, considerado o maior do Estado. De acordo com o informe, Cuiabá concentra o maior percentual de ocorrências dos óbitos maternos, provavelmente por ser referência de serviços no Estado e pelo fato de alguns municípios vizinhos não terem maternidades para atender a sua população.

O levantamento aponta que as três principais causas específicas de morte foram hipertensão, infecção puerperal e hemorragias.

Entre as sínteses das propostas presentes no relatório do fórum estão: reforçar a necessidade de construção do Hospital Materno Infantil em Cuiabá, Proposta do Projeto de Lei para Criação do Comitê Estadual de Prevenção a Mortalidade Materna, Infantil e Fetal (CEPMMIF-MT) e capacitação continuada para profissionais que atuam na Vigilância de Óbitos Materno, Infantil e Fetal.

O assunto foi alvo de debate durante o Fórum de Mobilização pela Redução da Mortalidade Materna, Infantil e Fetal, realizado em Cuiabá, com a presença de representantes de oito Escritórios Regionais de Saúde, do Ministério Público, Sala da Mulher da Assembleia Legislativa, além dos hospitais conveniados ao SUS. O evento congregou questões relacionadas à saúde da mulher, da criança e os índices desses óbitos.

Representante do Conselho Regional de Psicologia no Núcleo de Estudo e Organização da Mulher de Mato Grosso, do Comitê Estadual de Mortalidade Materna e Infantil de Mato Grosso (CEMMI-MT) e do Comitê Municipal de Mortalidade Materna e Infantil de Cuiabá-MT (CMMMI), Eloá de Carvalho Lourenço, explica que a redução da mortalidade materna é viável. Para isto, é necessário mais atenção às mulheres no pré-natal, parto e pós-parto, que consiste no período de até um ano após o nascimento do bebê.

A redução da mortalidade materna continua sendo um grande desafio para o Brasil, que para atingir a 5ª meta do Objetivo de Desenvolvimento do Milênio - melhorar a saúde materna - , precisa reduzir para número igual ou inferior a 35 óbitos maternos por grupo de 100 mil nascidos vivos, até 2015.

O documento ainda ressalta que mais de 350 mil mulheres morrem anualmente de complicações durante a gravidez ou o parto. Quase todas elas ocorrem nos países em desenvolvimento e podem ser classificadas como produzidas por causas obstétricas diretas ou indiretas.

Os desafios para alcançar o 5º objetivo do milênio implicam em estruturar a rede de atenção à saúde da mulher, melhorando a cobertura e qualidade da atenção pré-natal, parto de puerpério. Além disso, diminuir as complicações decorrentes da gravidez indesejada por meio de uma política adequada de reprodução, incentivando o parto normal e redução de cesáreas desnecessárias também é considerado ferramenta necessária para se atingir ou chegar próximo a meta.





Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/398114/visualizar/