Homem inocentado por suspeitos que confessaram assalto continua preso Edvânio Cabral está preso há mais de 40 dias em Praia Grande, SP. 'Está largado e tenho muito medo', afirma irmã de comerciante
Um juiz do fórum de Praia Grande, no litoral de São Paulo, decidiu, nesta quinta-feira (3), manter preso um homem que era suspeito de participar de um assalto no município. A decisão foi tomada apesar dos reais autores confessarem terem cometido o crime e garantirem que o rapaz preso é inocente. Por enquanto, ele permanecerá no Centro de Detenção Provisória (CDP).
Edvânio Cabral de Jesus, de 35 anos, foi preso após acompanhar a mãe e o irmão gêmeo de um dos rapazes presos após a tentativa de assalto até a delegacia. Ao chegar ao local, Edvânio e o garoto também foram indicados pela testemunha como participantes da ação e foram detidos. “Ele estava com esperanças porque o advogado estava o mantendo informado de que ele sairia e, no fim das contas, a liberdade provisória foi negada e ninguém está entende o motivo. Ele não fez nada”, afirma a irmã de Edvânio, Josilene de Jesus.
A liberdade provisória de Edvânio acabou sendo negada, o que surpreendeu familiares e também o advogado responsável pela defesa do rapaz. “O juiz é o mesmo do caso dos menores apreendidos, portanto não se compreende essa falta de bom senso para que o rapaz possa esperar em liberdade já que ele sabe como é difícil a situação de um réu continuar preso no CDP. Ele é primário, trabalhador e não está claro que estaria lá no momento do crime”, afirma o advogado Nilton Pires.
Josilene diz que Edvânio, que é gerente de uma loja de materiais de construção há seis anos, nunca havia sido preso antes. “Ele está sozinho, largado em um presídio pela primeira vez na vida e eu não sei o que pode acontecer. Tenho muito medo disso. Estamos tentando fazer o máximo por ele”, conclui.
Caso
A tentativa de assalto ocorreu no dia 18 de maio, quando dois menores, assaltaram uma mulher que caminhava pela orla da praia. Após a polícia ter sido acionada, houve perseguição e eles foram apreendidos e levados até a delegacia da cidade. A mãe de um dos menores foi até o local, acompanhada por outro filho, irmão gêmeo do que estava apreendido, e pelo vizinho, Edvânio Cabral de Jesus.
Ao chegar ao local, uma testemunha do crime apontou o irmão gêmeo e Edvânio como participantes da ação, o que resultou na apreensão de ambos. Após protestos terem sido realizados por familiares, os menores foram soltos, mas Edvânio continuou preso no Centro de Detenção Provisória. Após terem sido liberados, os menores afirmaram que Edvânio não teria participado do crime.
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