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Economia
Sexta - 04 de Julho de 2014 às 22:57

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O nível de atividade industrial continuou fraco em maio. Segundo números divulgados nesta quinta-feira (3) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), as horas trabalhadas na produção recuaram pelo terceiro mês seguido em maio, na comparação com abril. A queda foi de 0,4%. Frente a maio do ano passado, o recuo do indicador foi de 2,4%.

Na parcial dos cinco primeiros meses deste ano, a retração da atividade industrial foi de 1,6%, o pior resultado para este período desde 2009 (quando a queda foi de 9,1%). "Os resultados de maio mostram que a indústria segue com dificuldade de intensificar o seu ritmo de operação. Já são três meses seguidos em que há retração de todos os indicadores, à exceção do faturamento real", informou a CNI.

Recentemente, o governo federal lançou um pacote para aumentar a competitividade da indústria nacional. Entre as medidas, estão a manutenção do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que significa crédito mais barato para investimentos, além do retorno do Reintegra, que devolve impostos para exportadores de manufaturados, e até mesmo a redução da exigência para parcelar os tributos devidos à União. Em maio, já havia anunciado que a desoneração da folha de pagamentos será permanente.

Para o gerente-executivo de Pesquisa e Competividade da CNI, Renato da Fonseca, a atividade industrial está fraca por conta de uma série de fatores: baixo nível de confiança das empresas e dos consumidores, juros e inflação altos, e baixa competitividade da indústria.

"O Brasil é um país caro. A Europa tradicionalmente sempre foi mais cara, mas não está mais. As pessoas vão a Miami para comprar não só eletroeletrônicos, mas tudo. Temos o problema com a Argentina e tem o problema da crise internacional, que é relevante. Mas temos o problema da nossa competitividade, de legislação trabalhista, burocracia e falta de financiamento, que é basicamente o BNDES. Temos de estimular o mercado de capitais e desonerar os investimentos", declarou ele.

Faturamento da indústria e emprego no setor

Apesar do fraco nível da atividade industrial em maio e nos cinco primeiros meses deste ano, o faturamento do setor continua a crescer, embora de forma tímida. Em maio, houve alta de 0,3% sobre abril e, nos cinco primeiros meses deste ano, o crescimento foi, também, de 0,3%.

Já no caso do emprego industrial, houve queda de 0,3% de abril para maio. Foi o terceiro mês consecutivo de retração. Entretanto, no acumumulado de janeiro a maio, o indicador mostrou crescimento de 1,1%, segundo números da Confederação Nacional da Indústria.

"A queda na atividade industrial é refletida nos indicadores do mercado de trabalho. Na passagem de abril para maio, o emprego caiu 0,3%, a massa salarial se retraiu 0,9% e o rendimento médio real do trabalhador diminuiu 0,2% – sem o efeito sazonal (variação conforme a época do ano)", informou a CNI.

Uso do parque fabril

Já o nível de uso do parque fabril (utilização da capacidade instalada), após ajuste sazonal, somou 80,7% no fim do mês de maio – com queda de 0,2 ponto percentual na comparação com abril (80,9%).

"Embora o recuo seja de baixa intensidade, seu significado é relevante, pois marca a quinta queda consecutiva do indicador e o coloca em um nível dois pontos percentuais abaixo do registrado em maio do ano passado ", acrescentou a entidade.





Fonte: Do G1

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