Governo federal prepara pacote para indústria
Preocupado com o desempenho da indústria, e da cadeia produtiva de veículos em especial, o governo federal trabalha para lançar, ainda neste ano, um pacote para estimular o segmento de máquinas e equipamentos e o setor de autopeças.
Segundo informou ao Estado o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges, os estímulos são prioritários para a presidente Dilma Rousseff, que planeja um programa de longa duração, de dez anos, para aumentar a produtividade da economia.
— Nosso parque fabril, todo ele, está envelhecido e isso acaba incentivando a compra de máquinas e equipamentos importados, mesmo que eles tenham ficado mais caros com a desvalorização do câmbio. Então apenas o câmbio não basta para incentivar a indústria, afirmou Borges, em entrevista em seu gabinete, em Brasília.
— Vamos modernizar a economia e capacitar setores que já foram de vanguarda, como o de autopeças, que hoje sofrem muito.
Há seis meses no cargo e próximo da presidente Dilma Rousseff, o ministro do Desenvolvimento, que presidiu a ABDI (Agência Brasileira para Desenvolvimento Industrial ) por três anos, criticou estratégias de proteção da indústria brasileira sustentadas no fechamento da economia.
— Pode parecer mais fácil proteger, elevar o imposto de importação e tal, mas isso nunca modernizará o parque industrial. Temos de dar as condições para competir, isso sim.
Seguestão
O programa de renovação do parque industrial, como revelou o Estado, foi sugerido ao governo pela Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas) em maio.
A presidente Dilma Rousseff gostou da ideia e imediatamente colocou os ministros Guido Mantega (Fazenda) e Mauro Borges para elaborar um programa de governo.
— Haverá a concessão de crédito presumido na venda de maquinário nacional, e uma linha importante do BNDES, disse Borges.
Restrições
Diante da falta de espaço fiscal à disposição do governo, que sofre da perda de credibilidade na área depois das manobras conduzidas pelo Tesouro Nacional ao longo de 2012 e 2013, o governo trabalha com outro formato.
Segundo Borges, o governo deve até anunciar o pacote neste ano, mas ele efetivamente começará no ano que vem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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