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Economia
Segunda - 07 de Julho de 2014 às 18:33

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O resultado da inflação oficial de Junho será divulgado pelo IBGE na próxima terça-feira (8). O consenso das expectativas gira em torno de 0,4%, um recuo diante dos 0,46% do IPCA de Maio. E assim vem sendo nos últimos dois meses. A inflação está perdendo força, incentivada principalmente pela queda nos preços dos alimentos.

A pesquisa de preços da cesta básica feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) confirma que, em junho, o preço do conjunto de produtos, quase todo composto por alimentos, diminuiu em 10 das 18 capitais pesquisadas.

Ainda assim, mesmo que seja mais baixo, o IPCA de Junho deve levar a inflação em 12 meses a ultrapassar o teto da meta oficial, que é de 6,5%. O efeito é estatístico, já que um resultado novo retira da conta o número do mesmo mês um ano antes. Em junho de 2013, o IPCA foi de 0,26% – portanto sai um índice baixo e entra um mais alto.

A interpretação mais tacanha pode culpar a matemática estatística pelo estouro da meta de inflação – malvada essa estatística atuando contra o país. A justificativa-fantasia ficaria mais ou menos assim: o número que vemos é de verdade mas não é real. Ou: o número que vemos é real mas não é de verdade. A explicação mais honesta é: o estouro da meta é real e é de verdade.

O objetivo da política monetária, responsável pelo controle de preços, é administrar a dinâmica da inflação num período de tempo. E é neste processo que o Banco Central vem perdendo a batalha. E não é culpa da estatística malvada de 2014. A dinâmica da inflação vem sendo negativa há quatro anos e o governo não conseguiu corrigir, ou até mesmo suavizar, a trajetória dos preços durante todo esse tempo.

Essa conclusão não é subjetiva. Em 2011, o IPCA foi de 5,91%; em 2012, 6,50%; em 2013, 5,84%; e para 2014, a expectativa é para uma inflação de 6,46%. Para corroborar a ineficiência da política econômica – que inclui a política monetária – é preciso dizer que os juros estão mais altos hoje do que em janeiro de 2011.

A economia não deslanchou. Ao contrário, este ano, não valendo milagre, deve crescer pouca coisa acima de 1%. E mais: a inflação deveria ser ainda mais alta se o governo não estivesse segurando os preços de tarifas de serviços e combustíveis. O emprego, indicador que se manteve no campo positivo até agora, dá sinais de que está perdendo a força.

Inflação alta, juros altos, crescimento baixo, produção em queda, confiança abalada e descompasso na condução da política econômica são ingredientes nocivos a qualquer país. O Brasil precisa escolher qual vilão quer combater: o real – a inflação e suas conseqüências, ou o imaginário – a estatística. 





Fonte: Do G1

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