Após reunião, Argentina repete que é impossível cumprir decisão de juiz Justiça dos EUA ordenou país a pagar fundos que não renegociaram dívida. E também bloqueou o pagamento feito aos que aceitaram parcelar valor.
Após reunião de negociação na segunda-feira (7), em Nova York, o governo argentino voltou a dizer que a decisão da Justiça dos Estados Unidos, que determina o pagamento integral aos fundos que não aceitaram renegociar a dívida do país, é "impossível de ser cumprida como está".
A Argentina tentar solucionar a batalha jurídica em torno dos pagamentos de suas dívidas, que pode levar o país a dar um novo calote em seus credores.
Após se recusar a saldar a dívida pública de US$ 100 bilhões, em 2001, o governo argentino negociou o pagamento com desconto e dividido em parcelas. Uma parte dos credores concordou, mas um grupo de fundos, a maioria nos EUA, exige receber de forma integral.
Enquanto briga na Justiça americana contra esses fundos, a Argentina tem pagado as parcelas aos credores que aceitaram a renegociação.
A mais recente parcela foi depositada no último dia 29, mas o juiz Thomas Griesa ordenou o bloqueio do montante – cerca de US$ 1 bilhão – porque, segundo ele, o governo argentino não pode pagar a nenhum credor enquanto não atender também à decisão dos EUA sobre os fundos.
A Justiça dos EUA determinou o pagamento de US$ 1,33 bilhão a esse grupo. Na reunião desta segunda com os fundos, o ministro da economia argentino, Axel Kicillof, repetiu a portas fechadas o discurso que já havia feito na semana passada: disse que o país quer continuar renegociando, mas que é necessário suspender a decisão, já que ela poderia se estender aos credores que já haviam renegociado a dívida.
Anúncio diz que pagou
Também nesta segunda-feira, o governo argentino publicou anúncio em jornais em que diz ter pagado os credores da dívida renegociada para "deixar claro que não há responsabilidade da República Argentina em qualquer conduta do banco New York Mellon (onde ficou retido o dinheiro) que impeça o pagamento".
O novo calote ainda não se configura porque os contratos de reestruturação da dívida dão um prazo de carência de 30 dias para o pagamento dos títulos após a data do vencimento. Esse prazo começou a contar a partir do último dia 30 de junho.
Equipe de negociação
A delegação argentina participou de reunião com o mediador, nomeado pelo juiz Thomas Griesa, e foi comandada pelo ministro Kicillof, segundo o jornal "La Nacion". A presidente Cristina Kirchner sofre de uma faringolaringite aguda, e por isso cancelou recentemente uma viagem ao Paraguai.
Na semana passada, o ministro disse ter considerado o bloqueio do pagamento da dívida "uma situação desconcertante e insólita".
Apesar de o governo argentino não ter especificado quais funcionários integraram a comitiva, os advogados da Argentina em Nova York informaram ao mediador Dan Pollack que estariam "o subprocurador do Tesouro da Nação (Javier Pargament), o Secretário de Finanças do Ministério da Economia (Pablo López), e o Secretário Legal e Administrativo do Ministério da Economia (Federico Thea)".
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