Café: mercado volátil nesta sexta-feira, após fortes quedas
O pregão da quinta-feira (10) perdeu quase 1.000 pontos impulsionado por dia ruim no cenário financeiro, quando o banco português Espírito Santo teve queda em suas ações de 19%. Além disso, as notícias sobre o balanço positivo de exportações brasileiras neste ano ajudaram a justificar as baixas.
O vencimento setembro vale às 9h28 (horário de Brasília) 164,30 centavos de dólar por libra-peso. Dezembro ganha 125 pontos e trabalha a 167,90 cents/libra-peso. Os contratos com entrega para março/2015 registram 171,40 cents/libra-peso e maio/ 2015 anota 173,60 centavos/libra-peso.
As cotações do café arábica despencaram na Bolsa de Nova Iorque (Ice Futures US) em meio ao receio de investidores diante de um cenário financeiro negativo. Informações sobre a queda em 19% das ações do banco português Espírito Santo contagiaram o mercado mundial. As bolsas da Europa fecharam em baixa e os futuros nos Estados Unidos praticamente seguiram o mesmo rumo. Por segurança, fundos migraram para ativos mais estáveis, deixando os contratos mais próximos valendo abaixo do patamar de 170,00 centavos de dólar por libra-peso.
O vencimento setembro encerrou em 990 de decréscimo para 163,00 centavos de dólar por libra-peso. Os contratos com entrega para dezembro fecharam em 166,65 cents/libra-peso. Março/2015 também teve perda significativa de 975 pontos e cravou 170,00 centavos/libra-peso, enquanto maio/2015 registrou 172,15 cents/libra-peso.
Os valores anotados na sessão desta quinta-feira foram os menores desde fevereiro e suportes importantes foram rompidos, acelerando as quedas do mercado.
“Os fundos estão se movimentando por conta desse panorama na Europa, somados a isso, as informações de uma grande exportação no país, de quase 34 milhões - segundo maior índice da história – pressionaram as cotações para baixo”, explicou o analista do escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes.
Informações internacionais indicam que compradores estão fartamente abastecidos de café arábica, antecipando as aquisições, por conta das incertezas realizadas no início do ano sobre o impacto da seca no Brasil. Sendo assim, neste momento, as baixas no mercado em NY também seriam justificadas pela falta de demanda.
Apesar dessa situação avessa nas finanças mundiais e notícias positivas sobre a exportação nacional, produtores e analistas brasileiros seguem indicando uma tendência de alta em um futuro próximo com a confirmação da quebra brasileira. “No início do ano, o engenheiro agrônomo fez a perspectiva de quebra na minha lavoura em 20%, mas a realidade foi maior que o dobro, cerca de 43%”, contou o produtor de Manhuaçu/MG, Maurício Oliveira.
Carvalhaes também indica situação de alerta para o volume desta e da safra 2015. “Tudo indica que a situação é muito apertada. Agora é muito cedo para afirmar que a demanda vai ser maior do que a oferta, mas não dá pra apostar em excesso de café”, detalhou ele.
Além disso, o analista relata: “se houvesse muita oferta, os produtores brasileiros pressionariam as vendas, mas o que se vê no mercado agora é exatamente oposto, eles “tiraram o pé do acelerador”, concluiu ele.
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