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Nacional
Domingo - 13 de Julho de 2014 às 08:04

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Rafael Marques Lusvarghi, detido no protesto no dia 12 de junho e nesta segunda (23) na Avenida Paulista (Foto: Estadão Conteúdo)

Rafael foi detido nos protestos dos dias 12 e 23 de junho na Paulista (Foto: Estadão Conteúdo)

O Ministério Público denunciou dois manifestantes presos no fim de junho, em São Paulo, durante ato contra gastos públicos na Copa do Mundo. O professor de inglês Rafael Marques Lusvarghi e o estudante Fabio Hideki Arano estavam no protesto na Avenida Paulista, no último dia 23, quando foram detidos e levados para uma delegacia. Ambos foram indiciados por associação criminosa, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, incitação à violência, resistência e desobediência.

O estudante Fabio Hideki Arano, um dos presos no protesto de 12 de junho (Foto: Reprodução/TV Globo)Fabio Hideki Arano, um dos presos no protesto
de 12 de junho
(Foto: Reprodução/TV Globo)

Os dois negam ter cometido os crimes, mas seguem presos. Tatiana Lusso, que se apresentou como advogada de Rafael, diz que seu cliente não é "black bloc". O advogado Renato Pincovai, que defende Fabio, também apresentou a mesma negativa. “Ele é ativista. Teria se formado em jornalismo pela USP e agora é auxiliar de laboratório do Hospital Universitário.”

Eles foram detidos por policiais militares e por agentes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Rafael teria sido filmado depredando uma banca de jornais e Fabio, portando coquetel molotov. O estudante também é suspeito de usar a internet para convocar manifestantes para ações de depredação.

Promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) acusaram formalmente Fabio por incitação ao crime, associação criminosa armada, desobediência e posse de artefato explosivo. Se condenado por todos os crimes, pode pegar de 5 a 13 anos de prisão. Já Rafael foi denunciado por incitação ao crime, associação criminosa armada, resistência e posse de artefato explosivo, cujas penas, somadas, variam de 5 a 14 anos e 6 meses de prisão.

Em nota, o MP afirma que a denúncia tem como base a investigação feita pela Polícia Civil. “O Ministério Público aguarda a decisão sobre o recebimento da denúncia pela Justiça e o início da ação penal.”

Um dia após as prisões, a Defensoria Pública entrou com pedido de liberdade provisória para os jovens. Segundo a Defensoria, "não estão previstos requisitos que justificam a prisão" e, por isso, o órgão pediu que os acusados acompanhem o processo em liberdade.

Uma manifestação com cerca de 300 pessoas pedindo a liberdade da dupla foi feita na Paulista, em frente ao Masp. Realizado em 26 de junho, o ato contou com um grande número de policiais militares envolvidos e foi pacífico.

Ex-PM
Rafael é ex-policial militar. Segundo a corporação, ele serviu no período entre março de 2006 a julho de 2007, "quando pediu baixa" e foi desligado. Ele já havia sido preso em 12 de junho por enfrentar policiais militares durante ato que tentava bloquear a Radial Leste.

Após ter sido foi detido a primeira vez, o professor conversou com o G1 acusando a PM de truculência. Ele ficou com marcas de tiros de bala de borracha no peito e perna, escoriações nas mãos, braços e costas, e irritação nos olhos por causa do spray de pimenta que recebeu quando já estava dominado.

Segundo testemunhas ouvidas pelo G1, antes de ser detido pela segunda vez, Rafael participava do ato de forma pacífica. Aos jornalistas, dizia ter sido despedido do emprego por causa da repercussão que teve sua primeira prisão.

Rafael também comentou que a namorada terminou o romance ao descobrir que ele mentiu para ela dizendo que iria trabalhar, mas que na verdade participou do protesto do dia 12 de junho.





Fonte: Do G1

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