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Sábado - 12 de Julho de 2014 às 14:53

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  • Para conseguir participar desse projeto, há pouco mais de um ano, ele faz um curso aos fins de semana em que é preparado para se apresentar. Afinal, ambientes hospitalares exigem um preparo diferenciado, pois “não é um show”, mas um trabalho de humanização em que se lida com diversas emoções humanas, explica o músico.

    — Nós somos preparados desde saber limpar adequadamente os nossos instrumentos até como observar para despertarmos as emoções humanas. Apesar de irmos lá e tocarmos a música para melhorar aquele ambiente, o mais difícil para mim é manter a estabilidade emocional. No hospital e no lar de idosos, as pessoas falecem. Você convive com uma pessoa e na semana seguinte quando você volta, ela não está mais. Também é difícil você fazer seu som e ver uma senhora se emocionar e não se sentir mexido. Ao mesmo tempo que é difícil, é prazeroso.

    O projeto Músicos do Elo foi desenvolvido pelo músico brasileiro Victor Flusser há 15 anos, na Universidade de Strasbourg, na França, e se difundiu por outros países da Europa, como Portugal, Alemanha, Itália e Espanha. Para Flusser, a música transmite muito mais do que alegria.

    — É um projeto para levar qualidade de vida não só aos pacientes como também aos familiares e profissionais de saúde. O hospital deve ser um espaço de vida e o projeto é uma forma de incentivar a promoção à saúde.

    Depois de conhecer do trabalho de Flusser na Europa, o médico Fernando de Almeida resolveu implantar o projeto no País. Para desenvolver esse trabalho aqui, o pesquisador conseguiu apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado).

    — O trabalho começou com pacientes que fazem diálise no Hospital Santa Lucinda. Esses pacientes são muito sofridos, pois dependem de uma máquina, a qualidade de vida deles é comprometida e falta esperança no futuro. Então, a intervenção musical é um alento para eles, além de melhorar muito o relacionamento familiar, a disposição para trabalhar e tudo mais.

    Em sua pesquisa de mestrado, o psicólogo Thiago Reis Hoffmann estudou durante mais de um ano pacientes do setor de hemodiálise do Santa Lucinda que receberam a visita dos músicos. Ele analisou um grupo de 50 pessoas que tiveram intervenção musical e outro grupo de 50 que não passaram por essa experiência.

    — Os que foram submetidos à intervenção tiveram melhora na qualidade de vida, socialização, disposição no trabalho, melhor percepção da dor, menos câimbras e melhora nos marcadores de depressão. Os momentos negativos foram substituídos por resgates emocionais que a música causa. A melhora foi significativa.

    De acordo com o psicólogo, a música tem uma grande importância na vida de todos.

    —Nós nascemos embalados pela música. As canções muitas vezes nos alentam, nos trazem sensações boas.

    Além dos serviços de pediatria e UTI Neonatal do Hospital Santa Lucinda de Sorocaba, o projeto atende também ao Hospital São Camilo, em Itu, e o Instituto da Criança, do Hospital das Clínicas, de São Paulo.





Fonte: Terra

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