Pacientes saíram com mãos vazias
Pacientes que buscaram medicamentos na manhã de ontem, na Farmácia de Alto Custo, que fica no Centro Estadual de Referência de Média e Alta Complexidades (Cermac), em Cuiabá, voltaram para suas casas com as mãos vazias. Isso porque os funcionários contratados responsáveis pela dispensação dos remédios deixaram de realizar o atendimento devido à falta de pagamento.
No local, o serviço é realizado por cerca de 18 ex-funcionários do Instituto Pernambucano de Assistência à Saúde (IPAS), que no início do ano teve o seu contrato rescindido pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), que passou a administrar a gestão dos medicamentos.
“A Secretaria era para ter repassado o pagamento no dia 30 de junho e não o fez. Estamos sem salário, sem vale transporte e sem vale alimentação”, disse uma das funcionárias, que não se identificou. O IPAS foi afastado da administração da Farmácia de Alto Custo, após o desperdício da ordem de R$ 3 milhões em medicamentos. Após um período de intervenção, o seu contrato firmado com o Estado foi rescindido.
Apesar do problema ser decorrente de questões salariais, um cartaz fixado na porta da farmácia dizia que a dispensação dos medicamentos não estava sendo realizada devido “a falta de sistema de estoque”. Segundo o aviso, os pacientes estariam sendo reagendados a partir de hoje (17).
A situação deixou Mauriza Nunes dos Santos Arruda, de 42 anos, desconsolada. “É revoltante. Eu telefonei várias vezes e ninguém atende. Agora chega aqui e não tem nem previsão de quando a situação será normalizada”, lamentou.
Moradora do bairro Santa Terezinha, em Cuiabá, Mauriza Arruda foi buscar a insulina “Lantus” para o marido, que segundo ela, passa mal quando deixa de fazer uso do medicamento. “Uma ampola custa cerca de R$ 300,00. É muito caro, não dá para comprar”, comentou. Assim como ela, várias outras pessoas saíram de lá sem o medicamento que precisavam.
Por meio da assessoria de imprensa, SES não reconheceu a falta de atendimento aos pacientes do SUS, apesar da constatação “in loco” feita pela reportagem do Diário, que esteve no local por volta das 10 horas. Para a SES, a falha no atendimento – que começou na terça-feira - foi pontual.
Já sobre o pagamento dos funcionários, a SES informou que o depósito estaria sendo feito ontem, com o dinheiro entrando na conta dos contratados à noite. Ainda, segundo a SES, já foi aberta licitação para contratação da empresa que irá gerenciar a gestão dos medicamentos.
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