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Sexta - 18 de Julho de 2014 às 08:35

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Quase 25 anos depois, o julgamento dos 18 denunciados pela “Chacina de Matupá”, como ficou conhecido nacional e internacionalmente o triplo homicídio em que três acusados de roubo foram queimados vivos, em uma praça pública, permanece como um interminável embate jurídico.

A chacina ocorreu em 23 de novembro de 1990, no município de Matupá, a 695 km a norte de Cuiabá, tendo como vítimas Ivacir Garcia dos Santos, 31, Arci Garcia dos Santos, 28, e Osvaldo José Bachinan, 32.

Os três foram espancados e queimados vivos após uma tentativa de assalto em que invadiram uma residência e mantiveram duas mulheres e crianças reféns por mais de 15 horas.

A Polícia Militar foi acionada e os assaltantes se renderam. No entanto, eles teriam sido entregues pelos policiais à população enfurecida. A ação foi registrada por um cinegrafista e as imagens repercutiram em todo o mundo.

Para o próximo dia 28 está agendado o julgamento do acusado Arlindo Capitani, mas esse júri pode não acontecer. Pela quarta vez, a defesa dele ingressou com pedido de adiamento. Desta vez, alegando que o réu, que atualmente mora em um distrito da cidade de Ipojuca, em Pernambuco, está doente.

A exemplo de outros denunciados, Capitani, que responde em liberdade, lançou mão de mecanismos jurídicos e conseguiu adiar o julgamento por pelo menos quatro vezes.

Em maio deste ano, depois de ter de adiar o júri duas vezes em apenas 30 dias, a juíza Cláudia Anffe Nunes da Cunha, chegou a fazer o seguinte despacho-alerta: “quanto ao requerimento do réu, devo consignar que o presente feito vergonhosamente arrasta-se por 24 anos, inclusive, com diversas redesignações da Sessão do Júri”.

Continuando, assinalou que a presença de réu solto não é indispensável à realização do julgamento, citando o artigo 457 Código de Processo Penal(CPP).

A realização da sessão do próximo dia oito ainda depende do parecer do promotor de justiça sobre o atestado apresentado pela defesa do réu e o entendimento da juíza.

Até agora, dos 13 que já foram julgados apenas três foram condenados, mas recorrem em liberdade. São eles: Valdemir Pereira Bueno, 8 anos de prisão; Luiz Alberto Donin, 5 anos e 4 meses de reclusão, e Mário Nicolau Schorr, 4 anos e 8 meses de prisão.

Nenhum policial acusado chegou a julgamento. Os processos deles foram desmembrados e recorrem em instâncias superiores.

O governador Silval Barbosa, que na época da chacina era um empresário do ramo de extração e comércio de ouro em Matupa(três anos depois foi eleito prefeito), está arrolado como testemunha. 





Fonte: Do DC

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