Consumo de energia fica abaixo do esperado durante a copa em Cuiabá

Passando longe do temido “apagão”, o consumo de energia elétrica durante os jogos da Copa do Mundo em Cuiabá foi menor que o registrado em dias comuns. É o que apontam os boletins de operação do Sistema Interligado Nacional (SIN) de cada partida do Mundial, divulgados pela Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Para o coordenador no Núcleo Interdisciplinar de Estudos em Planejamento Energético (Niepe) da UFMT, Ivo Leandro Dorileo, os números comprovam que a expectativa da economia era uma e o comportamento do consumidor foi outro.

Para o engenheiro eletricista, a queda do movimento no comércio e no setor de serviços, em geral, refletiu nesse resultado. O especialista frisa que a refrigeração, seja de ambientes ou produtos, é o grande motivador de consumo de energia na Grande Cuiabá. Como a circulação de clientes não foi a esperada, comerciantes reduziram expediente, a iluminação e a refrigeração dos espaços. Os maiores consumidores de carga - os shoppings, também tiveram o movimento retraído em determinados horários. Tudo isso poderia, segundo Dorileo, explicar o baixo consumo.

Na estreia da Capital na programação do torneio, dia 13 de junho, no jogo entre Chile e Austrália, a ONS verificou que o comportamento da carga da região metropolitana ficou abaixo de uma sexta-feira típica. O mesmo ocorreu na partida seguinte, entre Rússia e Coreia do Sul, 17 de junho, realizada num sábado. “Nos momentos que antecederam o jogo, bem como durante todo a partida e nos 30 minutos após o término, o comportamento da carga do SIN ficou abaixo de um dia típico, por influência do jogo Brasil x México encerrado por volta das 18h”, aponta o relatório da ONS.

Já no jogo entre Nigéria e Bósnia, realizado no dia 21 de junho, o órgão informa que o consumo de energia apresentou as mesmas curvas de carga de um dia típico equivalente (31 de maio, sábado). Em determinados momentos, durante a partida, houve até queda na comportamento da carga do SIN. Somente no intervalo e no término do jogo foi observada uma elevação de cargas por 5 minutos. Na partida entre Colômbia e Japão, no dia 24, o único realizado à tarde em Cuiabá (16h), o consumo também se manteve semelhante a um dia típico. A carga subiu somente no período de ponta, como ocorre normalmente.

Geração - Hidrelétricas instalados em Mato Grosso registraram a 3ª queda mensal consecutiva de geração de energia em 2014. A carga baixou de 875,23 megawatts (MW) em março, para 571,27 MW no mês passado. Mas a energia gerada pela Termelétrica de Cuiabá reequilibrou a produção estadual, ao gerar 418,55 MW. O valor é 37,2% superior ao alcançado em maio (304,89 MW), dando a Usina Governador Mário Covas a maior participação do ano na geração de energia no Estado (42,3%), de acordo com o Boletim Mensal do ONS.