Indea investiga doença em animais em MT e interdita 49 propriedades Documento técnico descarta ocorrência de febre aftosa em bovinos. Amostras coletadas estão sendo processadas no laboratório de referência.
O Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea/MT) apura a ocorrência de doença vesicular em animais de propriedades rurais de Castanheira, no norte mato-grossense e a quase 800 quilômetros de Cuiabá. Em nota técnica divulgada nesta segunda-feira (21) o órgão de controle sanitário diz que são investigadas 139 propriedades no município e, destas, 49 foram interditadas.
Amostras de pele e sangue foram coletadas e encaminhadas para avaliação no laboratório agropecuário nacional (Lanagro). "Os resultados laboratoriais recebidos descartam conclusivamente a ocorrência da febre aftosa", cita a presidente do órgão, Maria Auxiliadora Diniz, no documento.
De acordo com o informe, "a sintomatologia clínica, achados epidemiológicos e resultados laboratoriais preliminares reforçam a suspeita inicial de estomatite vesicular, cujas análises complementares estão sendo processadas pelo Lanagro, em Minas Gerais”.
"Estão sendo executas ações de mitigação de risco, principalmente desinfecção de instalações, restrição de trânsito de animais vivos, produtos, subprodutos de origem animal e materiais possíveis veiculadores do agente etiológico e combate a artrópodes", cita ainda o documento.
As primeiras suspeitas
De acordo com o Indea, as primeiras manifestações clínicas compatíveis com síndrome vesicular apareceram ainda em 20 de junho, em um muar que estava em uma propriedade rural. A fazenda recebeu animais de outros estados.
Um dia após serem realizados os procedimentos para vigilância na propriedade, médicos veterinários voltaram à área para a inspeção clínica em todos os susceptíveis existentes.
Na ocasião, apontou o Indea, "encontrou-se um bovino com lesões similares àquelas detectada no muar. Os animais inspecionados somaram 61 cabeças sendo 58 bovinos, dois equinos e um muar".
As amostras dos dois animais doentes foram coletadas e a propriedade acabou interditada para o trânsito de animais vivos, produtos, subprodutos de origem animal e materiais possíveis veiculadores do agente etilógico.
Acesse a íntegra da nota técnica clicando aqui.
Entenda a doença
O documento divulgado nesta segunda-feira pelo Indea explica o que é a estomatite vesicular (EV). De acordo com o órgão, é uma doença pecuária semelhante a três doenças animais: febre aftosa, doença vesicular dos suínos e exantema vesicular dos suínos. "O diagnóstico diferencial dessas doenças é importante, já que um diagnóstico errado poderia mascarar a disseminação de uma doença exótica. O diagnóstico precoce também é importante na contenção dos focos de EV".
Os rebanhos afetados devem ser submetidos ao isolamento até o final do curso da doença. Eles podem ser cavalos, jumentos, mulas e burros, bovinos, suínos, e humanos. Ovinos e caprinos são relativamente resistentes e raramente demonstram sinais clínicos, conforme o órgão.
A estomatite pode ser transmitida para outros animais por meio do contato com instrumentos (fômites) contaminados com saliva ou fluído vesicular. Humanos podem ser infectados por contato com fluído vesicular ou saliva de animais infectados, descreve ainda o informe técnico.
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