Fungos e bactérias causam perdas em roças de alface de SP
Em junho, alguns produtores relataram a ocorrência de doenças nas roças paulistas de Mogi das Cruzes e de Ibiúna (SP). As principais enfermidades observadas foram causadas por fungos (míldio e esclerotínia) e por bactérias (erwinia). A informação é de um relatório do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), que também esclarece que apenas as variedades de inverno não registraram o míldio, já que são resistentes a este fungo, e que a alface americana é mais prejudica pelo males, devido à sua maior fragilidade.
Os principais fatores que influenciaram o desenvolvimento dos microrganismos foram o clima ameno e as pancadas de chuvas nessas regiões paulistas. Além disso, com grande oferta de folhosas e vendas abaixo das expectativas em junho, os preços registraram queda: A Ceagesp registrou, entre maio e junho, valores unitários das variedades lisa, crespa e americana com queda de 14,28%, 19,56% e 20,54%, respectivamente. Com a redução dos preços, o produtor está deixando as alfaces por mais tempo no campo, permitindo a disseminação de bactérias.
A tendência é de que os prejuízos sejam ainda piores em julho, que gera uma expectativa de redução de oferta e aumento de preços.
El Niño deixa clima mais seco
O nível de água dos reservatórios que abastecem as regiões produtoras de alface do Estado de São Paulo deve continuar baixo este mês, limitando a irrigação das folhosas. A ocorrência do El Niño neste ano pode deixar mais seco o clima deste período, que é caracterizado normalmente por menos chuvas.
Nos meses seguintes, a ocorrência do fenômeno climático pode resultar num regime de chuvas razoável para o Sudeste, colaborando para o preenchimento dos reservatórios, que estão com níveis baixos desde o início do ano.
Porém, o volume de chuva previsto para os próximos meses não deve ser suficiente para recuperar as consequências da estiagem do primeiro semestre.
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