Jayme alega deslealdade dentro do grupo Sem citar nomes, senador democrata explicou por meio de nota os motivos de sua decisão. No texto, garantiu não guardar mágoas ou ressentimentos
O principal motivo que levou o senador Jayme Campos (DEM) a desistir de disputar a reeleição em outubro foi a “deslealdade” de algumas lideranças do grupo oposicionista. É o que o democrata afirma em uma nota divulgada na tarde desta terça-feira (22) para oficializar sua decisão.
Para o senador, alguns de seus antigos companheiros no processo eleitoral deste ano “não agiram de forma ética e não se comportaram como aliados”, diz, garantindo sempre ter se pautado no princípio da lealdade, não vendo, no entanto, reciprocidade de seu grupo.
“Sempre fiz política valorizando os companheiros. E foi desta forma que me empenhei para consolidar a composição política em torno do nome do senador Pedro Taques (PDT) como candidato ao governo do Estado e também dos nossos candidatos a deputado estadual e federal. Mas, dentro desse arco de aliança, infelizmente, a recíproca não foi verdadeira”, revelou o democrata.
A “deslealdade” à qual o senador se refere no texto estaria ligada, especialmente, ao grupo do prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), dentro do bloco de oposição.
Mesmo antes da decisão, Jayme sempre reclamou que o grupo do prefeito estaria apoiando a candidatura ao Senado de seu principal adversário nesta eleição, o deputado federal Wellington Fagundes (PR). O próprio republicano teria feito esta afirmação assim que foi oficializado como postulante ao cargo.
O prefeito de Rondonópolis, Percival Muniz (PPS), também teria manifestado preferência pela candidatura republicana. Ambos fazem parte da coligação ‘Coragem e Atitude para Mudar’, da qual Jayme era o candidato.
O apoio a Fagundes estaria condicionado ao fortalecimento da candidatura a deputado federal do ex-secretário de Governo de Cuiabá, Fábio Garcia (PSB), nos polos em que o republicano tem base eleitoral.
O “acordão” teria ficado nítido durante o lançamento da candidatura de Garcia na noite desta segunda-feira (21). Na oportunidade, a equipe de Jayme teria sido impedida de expor o material de campanha do democrata no espaço.
Em sua nota, Jayme não confirmou as informações de bastidores, mas se disse “desconfortável” dentro do grupo. “Diante dessa situação incômoda, e apesar de liderar com folga todas as pesquisas de intenções de votos, o bom-senso indicava a necessidade de reavaliar o projeto de disputar a reeleição”, escreveu.
Apesar disso, o senador sustenta não guardar mágoas. “Continuarei trabalhando por Mato Grosso, concluindo de forma honrosa o mandato de senador que me foi conferido por 781.182 eleitores (61,16%). E sempre estarei à disposição do meu partido e da população”.
Jayme Campos não deu nenhuma sinalização de qual será o seu futuro político daqui para frente. Seu mandato como senador termina no final deste ano.
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