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Agronegócios
Quinta - 24 de Julho de 2014 às 11:57

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O setor sucroenergético brasileiro deve passar por um novo processo de consolidação. Em entrevista exclusiva ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o diretor global de cana-de-açúcar da Syngenta, Daniel Bachner, afirmou que pequenos e médios grupos tendem a ser incorporados por empresas maiores, em virtude das dificuldades financeiras.

'Em 2013 chegamos ao limite de nossa moagem. Não temos mais como atender qualquer aumento de demanda. Acho que devemos entrar muito rapidamente em uma nova onda de crescimento', disse ele.

Bachner destacou que o Brasil, hoje, poderia ter problemas sérios com uma eventual disparada do preço do petróleo e, consequentemente, da gasolina. Com muitos carros flex no mercado, o que ocorreria seria uma migração rápida para o etanol, mas o País não teria como atender esse aumento de demanda pelo biocombustível. 'Estamos sentados sobre uma bomba-relógio'.

O executivo avaliou, entretanto, que os produtores já 'mudaram a forma como eles pensam'. 'Não adianta ficar contando com os preço, se vai subir ou cair. Hoje eles buscam aumentar a produtividade e reduzir custos', disse. Uma das principais críticas do setor sucroalcooleiro diz respeito aos subsídios dados pelo governo à gasolina, os quais acabam retirando a competitividade do etanol.

Nova tecnologia

Bachner informou que a Syngenta já firmou um acordo de licenciamento com a canadense New Energy Farms para produzir gemas encapsuladas de cana-de-açúcar para plantio no Brasil, uma tecnologia denominada CEEDS. 'É como se você trouxesse uma semente de cana para ser plantada. Há múltiplas gemas dentro do encapsulamento', explicou. A gema, normalmente, fica em cada nó do colmo da cana e dali brota a nova planta.

Conforme ele, essa tecnologia visa a atender um plantio cada vez mais mecanizado no País. Segundo o executivo, a taxa de multiplicação da cana é mais elevada e o custo por tonelada, menor, quando comparado com as formas tradicionais de plantio, que utilizam mudas. Para a fabricação dessas 'sementes', serão usadas canas produzidas pela biofábrica da Syngenta em Itápolis (SP).

Ainda de acordo com Bachner, o produto precisa, inicialmente, de adaptações e deve ser lançado comercialmente na safra 2016/17, com mercado-alvo de aproximadamente 2 milhões de hectares plantados por ano no Brasil. Ainda não há informações sobre o preço da tecnologia, disse, complementando que, após a consolidação, ela poderá ser enviada a outros países, como México e Guatemala. 'Precisamos de soluções para o plantio comercial', concluiu.





Fonte: Agência Estado

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