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Sábado - 26 de Julho de 2014 às 09:36

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Os ataques de Israel à Faixa de Gaza, território da Palestina, foram repudiados ontem pela comunidade muçulmana de Mato Grosso. Cerca de 150 pessoas se reuniram na Praça Alencastro, no centro de Cuiabá, onde relembraram a história do país, bem como o começo dos ataques. Os participantes classificaram a ofensiva como “injusta e desumana”.

Segundo Ali Omais, presidente da Sociedade Beneficente Muçulmana de Cuiabá, a comunidade acompanha com tristeza os últimos acontecimentos. “Apesar do território palestino possuir três regiões (Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém), nós consideramos um só. Somos todos árabes”, ressaltou. Para Ali, Israel não está se defendendo de ataques palestinos e sim atacando.

Mahmud Ghalia acompanha as notícias sobre o conflito pela internet e televisão. Ele é peruano, descendente de árabe e mora em Primavera do Leste. Porém, morou até os 22 anos na Palestina, onde residem seus tios e primos.

Nesse período, Mahmud acompanhou a Primeira Intifada, manifestação da população palestina contra os israelenses, em dezembro de 1987. Depois disso foi expulso do território, pois o governo não o considerava árabe. “Meus avôs paternos são palestinos, não me consideravam árabe, logo estava ilegal e fui deportado”, lembrou.

Mahmud fala quase todos os dias com seus familiares. “Apesar deles morarem na Cisjordânia, onde a situação é mais amena, a revolta ainda é grande. Morre muita gente inocente, crianças, idosos, mulheres e não queremos isso”, lembrou, ressaltando que não é contra os judeus, mas sim contra o Estado de Israel.

Ali Omais lembrou que os muçulmanos estão no período final do Ramadã, que segundo ele é como o Natal para o cristãos e, em meio à tanta violência, a comemoração ficará sem sentido. “Não temos como comemorar nesse clima, não é a festa que queríamos”, disse.

O conflito que já dura 19 dias já matou mais de 844 palestinos e 38 israelenses. “Não acredito, por enquanto, no fim do conflito. Infelizmente já passamos muito tempo tentando por um ponto final, e o que acontece são apenas tréguas e depois retomam o bombardeio. Oramos pela paz, é o que buscamos”, contou Omais. Caso não haja um cessar-fogo, a comunidade pretende voltar às ruas para apoiar os palestinos.

ACOLHIDOS – Após o toda polêmica envolvendo o posicionamento do governo brasileiro com relação à violência no território e a resposta ríspida e irônica de Israel em chamar o país de “anão diplomático”, a comunidade passou a se sentir mais acolhida.

“Diante dessa situação, passamos a ter certeza que estamos sendo representados pelo governo brasileiro, que já se mostrou um gingante em se posicionar dessa forma”, explicou.

O ato foi marcado por gritos de liberdade à Palestina e de exaltação à Gaza. “Sabemos o que é justo e o que não é. O território está cercado por todos os lados. Torço para ver a palestina de volta ao seu povo”, disse Omais.





Fonte: Do DC

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