Operação atrasou o início das campanhas eleitorais
As investidas da Polícia Federal durante a operação Ararath sobre empresários que doaram recursos para candidatos da eleição de 2010 podem ser o motivo da “timidez”, até agora, das campanhas eleitorais deste ano.
Para o analista político Louremberg Alves, os maiores investidores dos pleitos estão com receio de atuar na eleição de 2014 e também se tornarem alvos de investigações futuras.
Há 15 dias da permissão da Justiça Eleitoral para o início das disputas pelos cargos à disposição em outubro, ainda há pouca movimentação dos candidatos. Nas ruas da Capital se observa pouca propaganda e manifestações de apoio aos postulantes.
Nas agendas dos concorrentes, grande parte dos compromissos corresponde a reuniões internas, ainda com vistas a fazer os últimos ajustes nas coordenações dos comitês.
Louremberg acredita que esse cenário é fruto da situação financeira dos candidatos. Em sua avaliação, mudanças só devem acontecer no próximo mês, com a proximidade do início do Horário Eleitoral Gratuito no rádio e na televisão.
Para o analista, esta será uma eleição diferente da de 2010 por conta de dois fatores: primeiro, os notórios doadores do Estado estão com receio de investir neste pleito; segundo, os coordenadores dos comitês já sabem o custo das candidaturas, que devem ser bem mais elevados que no pleito geral anterior.
Juntos, os candidatos ao comando do Palácio Paiaguás declararam que podem chegar a gastar até R$ 110 milhões na disputa pela cadeira de governador. O valor é duas vezes maior que o declarado em 2010.
Com o custo elevado e a escassez de recursos, eles decidiram “trancar os cofres” e só abri-los quando a corrida ficar mais acirrada, ou seja, no início dos programas no rádio e televisão.
A propaganda nesses veículos só deve ter início em 19 de agosto. Por enquanto, os candidatos estão autorizados a pedir votos nas ruas e fazer outros tipos de publicidade de suas propostas.
De acordo com Lourembeg, a primeira semana de campanha autorizada pela Justiça Eleitoral já foi perdida por conta da burocracia. Foi o período ao qual os candidatos se dedicaram a tirar seus CNPJs e abrir as contas para receber os recursos e pagar as despesas.
Ele avalia, contudo, que os candidatos não podem ficar parados. Mesmo deixando os gastos para depois, precisam iniciar o “corpo a corpo” com o eleitor.
A estratégia pode funcionar até que se tenha início a semana que vem, quando os primeiros debates acontecerão na televisão.
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