Juiz ouve seis testemunhas em 3° dia de depoimentos da operação Preso e réu no processo, Éder Moraes acompanhou audiências em Cuiabá. Testemunhas depuseram sobre supostos crimes investigados na operação.
O juiz Jeferson Schneider, da 5ª Vara Federal de Mato Grosso, ouviu nesta quinta-feira (31) em Cuiabá os depoimentos de seis testemunhas de defesa no primeiro processo penal decorrente das investigações na operação Ararath, da Polícia Federal (PF). Com cerca de seis horas de depoimentos, este foi o terceiro dia de audiências de instrução deste processo (por crimes financeiros, lavagem de dinheiro e fraudes) e os trabalhos foram acompanhados presencialmente pelo principal réu, o ex-secretário de estado Éder Moraes (PMDB).
De acordo com a programação da Justiça Federal, oito pessoas estavam previstas para deporem como testemunhas de defesa nesta quinta-feira. Entre elas, o auditor-geral do Estado, secretário José Alves Pereira, o secretário estadual de Planejamento, Arnaldo Alves, o ex-auditor-geral do estado, José Gonçalves Botelho, e o ex-procurador-geral do estado, João Virgílio.
Os quatro foram arrolados como testemunhas de Éder Moraes, mas não há confirmação do depoimento de Virgílio. Apesar da programação contar com oito testemunhas a serem ouvidas, a Justiça informou que foi necessário o remanejamento de duas para esta sexta-feira. Outra testemunha, que deveria ter sido ouvida na semana passada, também foi remanejada para sexta-feira, que deverá contar com um total de quatro depoimentos. A Justiça não informou a identidade dessas pessoas.
As testemunhas ouvidas pela imprensa ao sair da sede da Justiça Federal em Cuiabá se negaram a comentar o teor dos depoimentos prestados ao juiz Jeferson Schneider devido ao decreto de sigilo sobre o processo.
Preso no dia 20 de maio pela PF durante a quinta fase da operação Ararath em Cuiabá, Éder foi transferido para Cuiabá na semana passada para poder acompanhar os depoimentos da defesa.
Ele preferiu não acompanhar os dois primeiros dias de audiência presencialmente para evitar exposição demasiada, mas decidiu acompanhar os últimos dois dias desta fase de instrução processual porque seriam ouvidas as testemunhas arroladas por seus advogados.
Em fotografias feitas dentro do corredor da Quinta Vara, Éder apareceu sem algemas, trajando um terno cinza e de barba feita – diferente do visual abatido com que desembarcou sob escolta da PF em Cuiabá na semana anterior. Ele foi visto conversando com seus advogados de defesa no mesmo espaço em que estavam algumas das testemunhas arroladas para depor nesta quinta-feira.
Ao fim dos depoimentos, agentes da PF levaram o ex-secretário à garagem subterrânea da sede da Justiça Federal, onde ele embarcou em uma viatura. Ao deixar o local para retornar à Polinter (onde está sob custódia), no banco traseiro da viatura Éder tentou esconder seu rosto das câmeras de cinegrafistas. Ainda não foi confirmado se ele deve retornar à Justiça Federal nesta sexta-feira para acompanhar os últimos depoimentos de defesa.
Além dele, são réus no mesmo processo sua esposa Laura Tereza da Costa Dias, o ex-secretário-adjunto de Fazenda, Vivaldo Lopes, e o superintendente regional do BicBanco, Luiz Carlos Cuzziol – o único que, além de Éder, acompanhou presencialmente os depoimentos nesta quinta-feira. Ele e seu advogado preferiram não dar declarações à imprensa ao sair.
Comentários