Governo de MT diz que vai contratar médicos para hospital psiquiátrico Funcionários denunciam problemas no Adauto Botelho, em Cuiabá. Faltam profissionais, remédios e a estrutura física está precária.
A crise pela qual passa o hospital psiquiátrico Adauto Botelho, localizado em Cuiabá, foi tema de uma reunião realizada nesta segunda-feira (4), entre a Secretaria de Saúde do estado (SES-MT) e funcionários da unidade. A situação é crítica e, segundo servidores e pacientes, faltam até equipamentos básicos de atendimento. A SES-MT afirma que comprou 80 camas novas e que a maior parte dos remédios foi omprada. A pasta anunciou ainda que serão contratados mais três médicos para atender no hospital.
A cada dia só aumentam os problemas da unidade de atendimento. O depoimento é de uma funcionária, que prefere não se identificar. Ela diz que médicos e psicólogos não tem sequer condições de se comunicar com as famílias dos pacientes internados. “O que mais dificulta o trabalho na unidade hoje é a falta de condições básicas para trabalhar”, disse. “Chegou a faltar água, chegou a faltar luz. A gente está sem telefone já há algum tempo”, denunciou.
Na semana passada, reportagem da TV Centro América mostrou o esgoto vazando no pátio do hospital psiquiátrico. Por meio de fotos feitas por funcionários públicos na primeira quinzena de julho é possível ver rachaduras no teto, infiltrações, rede elétrica exposta. “O prédio é muito velho, muito antigo. E a gente observa que não adianta trocar só geradores, tem que realmente trocar a fiação elétrica, toda a parte hidráulica”, disse Alzita Ormond, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos da Saúde de Mato Grosso.
Dona Rosa Odália Mendes da Silva, idosa que tem uma filha com transtorno mental, gastou mais de R$ 200 para comprar três medicamentos que estavam em falta na unidade. “Eu comprei tudo no crédito. Aí quando vem o meu pagamento eu pago, tudo direitinho. Porque coisa que eu não gosto é coisa errada e mentira. Isso eu não gosto. [Se tivesse o medicamento] Me ajudava, né. Eu não ia ocupar aquele dinheiro naquele remédio”, declarou a aposentada.
Ainda faltam médicos, camas, materiais hospitalares e para as atividades terapêuticas. Ao todo, são seis unidades que atendem a pacientes psiquiátricos e dependentes químicos, que fazem parte do centro integrado de assistência psicossocial.
Outro lado
O secretário adjunto de Saúde, Huark Douglas Correia, disse que 80 camas novas foram compradas. Quanto à medicação, 71% dos itens que estavam em falta foram comprados, segundo ele. O governo espera que novos pacientes já possam ser recebidos até o final do mês. “O secretário adjunto executivo deu prazo de até 15 a 20 dias”, disse.
Comentários