Obama autoriza ataques aéreos dos EUA no Iraque
O grupo, anteriormente conhecido como Isis, tomou Qaraqosh, a maior cidade cristã do Iraque, o que levou os moradores a fugir.
Segundo funcionários do governo americano, aviões lançaram suprimentos para ajudar um grupo de refugiados de minoria yazidi, que abandonaram as aldeias no norte do país devido a ameaças jihadistas.
Muitos yazidis deixaram suas casas para se refugiar nas montanhas de Sinjar, mas já estariam sendo resgatados.
"Os Estados Unidos não podem e não devem intervir toda vez que há uma crise no mundo", disse o presidente Obama.
"Nós podemos agir, com cuidado e responsabilidade, para evitar que um ato potencial de genocídio. Hoje a América está chegando para ajudar", disse.
Antes do anúncio do presidente americano, o Conselho de Segurança da ONU havia se reunido para discutir a situação no Iraque.
Norte do Iraque tomado
"Os membros do Conselho de Segurança clamam à comunidade internacional que apoie o governo e o povo do Iraque a fazer todo o possível para ajudar a aliviar o sofrimento da população afetada pelo conflito atual no país", disse o embaixador do Reino Unido para o a União Europeia, Mark Lyall Grant na noite desta quinta-feira.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon disse que estava "profundamente chocado".
Os Estados Unidos alertam que a situação para os grupos minoritários do Iraque ameaça se tornar uma "catástrofe humanitária".
Combatentes do Estado Islâmico tomaram o controle da maior parte do norte do Iraque, incluindo a cidade de Mossul, nos últimos dois meses.
O grupo procura ainda ampliar seu território no Líbano e na Síria.
O governo do Iraque tem sofrido sucessivas derrotas para o grupo jihadista.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 200 mil pessoas tiveram que deixar suas casas no norte do Iraque devido à ofensiva dos militantes islâmicos.
'Táticas' do Estado Islâmico
Após a instalação unilateral de um "califado islâmico" no Oriente Médio, o Isis (sigla para Estado Islâmico no Iraque e no Levante) passou a se chamar simplesmente de 'o Estado Islâmico".
O programa de TV Panorama, da BBC, conversou no mês passado com um desertor do grupo jihadista. Ele contou que os combatentes criaram sua própria interpretação da sharia, a lei islâmica, e como passaram a adotar uma postura cada vez mais agressiva e "cruel" junto à população.
"A brutalidade do Isis aterroriza a todos. Minha família, meus primos, meus irmãos ainda estão lá. Eu temo por eles. Se o Isis não me alcançar, alcançará minha família".
O ex-combatente aceitou falar à BBC com a condição de não mostrar o rosto e não ter o nome revelado.
Ele resumiu as táticas dos jihadistas assim: "se você está contra mim será morto. Se você está contra mim então trabalhará para mim. Vai se submeter à minha vontade e me obedecer, sob o meu poder em todos os assuntos".
O correspondente Paul Wood se encontrou com o desertor na fronteira da Turquia com a Síria. O homem disse que se juntou inicialmente à brigada islâmica do Exército Livre da Síria para lutar contra o regime de Bashar al-Assad. Ele se juntou ao Isis porque toda a sua tribo se aliou ao grupo e porque acreditava na promessa de um Estado islâmico.
Suas primeiras ordens, como um combatente do Isis, foram de atender um curso sobre "sharia". "Não eram os princípios do Islã, eram os princípios do Estado Islâmico. Então eles te ensinavam o que queriam", disse ele.
Em um segundo estágio, os combatentes eram submetidos a um treinamento militar. Ele também explicou que o grupo aprendeu como combater no início da campanha de insurgência contra forças americanas no Iraque.
Ele disse também que o grupo passou a adotar uma estratégia diferente cada vez que conquistava uma nova cidade.
"No começo, o Isis usou a bondade com a população para a atraí-la. Eles forneceram tudo que o povo precisava para atraí-los rapidamente, porque tinham sofrido muito no regime de Bashar Assad".
"Quando o Isis conseguiu atrair as pessoas então mudaram dramaticamente, da bondade para a crueldade".Estados Unidos, Barack Obama, autorizou na noite desta quinta-feira (8) ataques aéreos dirigidos contra militantes islâmicos no norte do Iraque, se eles ameaçarem os interesses do país.
No entanto, ele disse que os soldados americanos não seriam enviados de volta para o Iraque.
Obama disse que os Estados Unidos iriam agir para impedir atos de genocídio contra grupos minoritários.
Os Estados Unidos já haviam iniciado um programa aéreo de ajuda humanitária para cidadãos iraquianos ameaçados pelos avanços do grupo jihadista Estado Islâmico (IS, na sigla em inglês).
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