Estudo aponta que tarifa do VLT não deve passar de R$ 3 Levantamento leva em conta custos e a gratuidade dos estudantes na Grande Cuiabá
A Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa) informou que a tarifa integrada do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) – que engloba o transporte no modal e também os ônibus em circulação – não irá fugir da média já cobrada pelas concessionárias de transporte coletivo em Cuiabá (R$ 2,80), Várzea Grande (R$ 2,70) e a linha intermunicipal (R$ 2,75).
Segundo o coordenador do estudo de operação do VLT e engenheiro de tráfego da Secopa, Rafael Detoni, a pasta evita divulgar o valor exato sugerido no estudo porque pode haver variações quando da definição da tarifa pela Agência Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá.
"Precisamos ter um cuidado em falar o valor exato porque esse cálculo de tarifa considerou a legislação vigente" “Precisamos ter um cuidado em falar sobre o valor exato porque esse cálculo de tarifa considerou a legislação vigente, ou seja, o que existe hoje de gratuidade de passageiros em Cuiabá e Várzea Grande, os atuais incentivos fiscais dados pelo Estado às empresas em Cuiabá, que são diferentes dos incentivos concedidos às empresas de Várzea Grande e à detentora da linha intermunicipal”, afirmou.
Como o estudo desenvolvido pela empresa Oficina – Engenheiros Consultores Associados Ltda, contratada pela Secopa por R$ 143,2 mil, teve início em 2013, os dados podem sofrer defasagem quando da real operacionalização do VLT, esperada para 2015.
"Os dados que usamos têm como base o ano de 2013. Ou seja, as folhas salariais dos motoristas de ônibus têm referência em 2013; o custo de óleo diesel tem como base o ano de 2013. E pode ser que esses valores sofram alterações, reajustes" “Os dados que usamos têm como base o ano de 2013. Ou seja, as folhas salariais dos motoristas de ônibus têm referência em 2013; o custo de óleo diesel tem como base o ano de 2013. E pode ser que esses valores sofram alterações, reajustes”, disse.
O engenheiro de tráfego explicou que, caso a agência decida, por exemplo, unificar o sistema de gratuidade dos estudantes, passando a gratuidade 100% de Cuiabá para os estudantes de Várzea Grande, ou se decidir que é necessário padronizar os incentivos fiscais, será preciso recalcular o valor da tarifa.
“Tomamos cuidado com esse número exato porque o valor varia em função do custo do óleo diesel, pneu, ICMS, energia elétrica, aumento ou diminuição da gratuidade. Tudo isso será definido pela Agência Metropolitana, formado pelos dois municípios e o Governo do Estado. Aqui, a Secopa encerrou a sua parte no estudo”, disse Detoni.
“Estamos no valor muito semelhante ao que já é praticado hoje no transporte coletivo. Isso é certeza. Mas pode haver uma variação, daí a nossa cautela”, completou.
Composição da tarifa
De acordo com Detoni, o valor de referência da tarifa integrada foi baseado em um cálculo simples entre a quilometragem produzida pela frota de ônibus que irá alimentar o VLT e o que é percorrido pelo modal (custo), e a quantidade de passageiros pagantes transportados (receita).
"Se o operador do VLT é um e da linha de ônibus é outro, não nos interessa. O nosso interesse final é o usuário. Nessa tarifa, se levaram em consideração a integração, corte de uma linha para a outra, número de viagens que precisam ser integradas, tudo" “Fizemos um levantamento com a Associação Mato-grossenses dos Transportadores Urbanos (MTU) e com as prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande, de todos os dados de passageiros que utilizam as frotas de Cuiabá, Várzea Grande e a rede intermunicipal”, disse.
Para o levantamento, foi usado os dados coletados pela bilhetagem eletrônica já em uso na rede de transporte coletivo.
“Assim sabemos quantos passageiros viajam por dia, quantos usuários integram, quantas integrações cada passageiro faz, quantos são os passageiros que têm gratuidade 100%, quantos tem gratuidade 50%. Assim que a tarifa foi definida”, explicou.
Conforme Detoni, o estudo se baseou em dados concretos a fim de garantir parâmetros a serem avaliados pela Agência, e não simulações. Além disso, a todo o momento foi trabalhado o conceito de tarifa para a rede integrada, e não apenas para uso do VLT.
“Se o operador do VLT é um e da linha de ônibus é outro, não nos interessa. O nosso interesse final é o usuário. Nessa tarifa levou em consideração a integração, corte de uma linha para a outra, número de viagens que precisam ser integradas, tudo”, disse.
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