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Economia
Domingo - 07 de Setembro de 2014 às 08:39

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As mulheres com formação técnica são maioria no mercado de trabalho, representam 55%, segundo a Rais (Relação Anual de Informações Sociais) do Ministério do Trabalho e Emprego, em 2013. Elas chegaram a 2,9 milhões no mercado formal, que inclui indústria, construção, comércio, serviços e agropecuária.

A participação, no entanto, varia com a área, a maioria está no setor de serviços, com 2,5 milhões. Na indústria e construção, são 238 mil e representam 25% do total de técnicos.

Segundo o gerente de Estudos e Prospectivas da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Márcio Guerra, "existem muitas barreiras, ainda culturais ou preconceituosas, sobre algumas profissões".

— Tem-se a ideia de que são trabalhos tipicamente masculinos, em função até da história da profissão de base, de que tem que fazer muito esforço.

Ele ressalta, no entanto, que esse cenário tem mudado e as mulheres chegam a ser maioria em setores como o de eletroeletrônica, "onde existe nível de perfeccionismo no trabalho, de concentração e detalhe".

— A mulher tem todas estas características e pode se destacar cada vez mais a medida que vai acessando a qualificação.

Na Olimpíada do Conhecimento, organizada pelo Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), as mulheres provam que dão conta do recado e se destacam em áreas majoritariamente masculinas. Para a chefe de equipe de Minas Gerais, Natalia Trindade, "as mulheres têm garra, força de vontade, estão se destacando".

Natália completa:

— Elas têm muita determinação. Precisam disso para se colocar em áreas predominantemente masculinas.

Segundo a chefe de equipe, na área em que atua, eletrônica, os salários são equiparados aos dos homens.

— Elas, no entanto, crescem mais rápido nas empresas. Pelo que acompanhamos, as mulheres recebem promoções mais rápido do que os homens.

Os números do mercado refletem nos da olimpíada. As mulheres ainda são minoria nas competições, pouco mais de 20% dos 700 competidores. Mas, neste ano, chegaram a 161, 20 a mais que na última edição.

Camila Araújo é a única mulher no torneio de tornearia, ela é da equipe de Natália, e vem de Contagem (MG).

— Não existe preconceito, fazemos tudo que um homem faz. Existem recursos que fazem com que não precisemos de usar tanto a força.

De acordo com ela, o único pré-requisito é a força de vontade:

— Se quiser, consegue qualquer coisa.

Cleidejane Santos escolheu soldagem. Baiana, de Salvador, ela conta que na época que optou pelo curso, foi por eliminação, descartou o que não gostava, mas não sabia do que se tratava. Hoje é apaixonada pela profissão. Pretende seguir estudando, se especializando e quer atuar no mercado. Um sonho é trabalhar em soldagem submarina em plataforma de petróleo.

Para ela, ser mulher é vantagem.

— Geralmente somos mais detalhistas, mais dedicadas. A solda é aparentemente algo grosseiro, mas alguns processos exigem delicadeza.

A Olimpíada do Conhecimento é a maior competição de educação profissional das Américas. Ela ocorre a cada dois anos pelo Senai. O evento que acontece em Belo Horizonte está na oitava edição. Participam mais de 700 jovens. 





Fonte: Da Agência Brasil

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