Acusado de executar três menores, ex-PM vai a julgamento Das quatro vítimas, apenas uma conseguiu escapar com vida

Ele é acusado de ter matado três adolescentes, em julho de 1998, na Rua 27 de Dezembro, no crime que ficou conhecido como “Chacina do Beco do Candeeiro”, no Centro Histórico da Capital.

Das quatro vítimas, apenas uma conseguiu escapar com vida.

Aldeir é acusado de disparar, várias vezes, uma pistola contra Adileu Santos, 13, “Baby”; Edgar Rodrigues Arruda, 15, “Indinho”; Reginaldo Dias Magalhães, 16, “Naldo”.

Edilson Alves Ferreira Júnior, que também estava no beco, conseguiu correr e não foi atingido.

O crime aconteceu há 16 anos e, somente agora, “Zé do Caixão” será julgado. Ele responde por homicídio consumado e tentativa de homicídio duplamente qualificado.

Ele está detido no Presídio Militar de Santo Antonio de Leverger (27 km ao Sul de Cuiabá) por conta das mortes. Para o caso, oito testemunhas foram arroladas.

Entre as testemunhas está Edimilson Pereira da Silva, conhecido do Cabo Hércules Agostinho de Araújo, que ficou conhecido como um dos principais braços direitos do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro.

Edimilson já afirmou, em uma audiência de instrução, que teria ouvido Hércules dizer que teria matado três pessoas, na mesma noite em que os adolescentes morreram.

Tony Ribeiro/MidiaNews

Beco do Candeeiro, no Centro Histórico de Cuiabá, foi marcado por um dos crimes mais bárbaros dos últimos tempos

A versão chegou a ser investigada, mas não houve denúncia contra Hércules.

De acordo com as investigações do Ministério Público, o motivo do crime seria "acerto de contas" na aquisição de drogas consumidas pelas vítimas, caracterizando crime de pistolagem de periferia.

O MP conta com testemunha ocular dos fatos. Edilson Pereira, que sobreviveu ao atentado e que também estará de frente com o autor de um dos crimes considerados mais brutais ocorridos na capital mato-grossense.

Drogas e prostituição

O Beco do Candeeiro é considerada uma das áreas mais críticas do Centro Histórico de Cuiabá.

Em março, a região recebeu um posto avançado da 1ª Companhia de Polícia Militar, que funciona na Rua Sete de Setembro.

O comando tem um efetivo de 30 policiais militares, que atuarão unicamente para reforçar a segurança no Centro.

A região do Beco é famosa pela frequência, notadamente no período noturno, de usuários de drogas, além de ser ponto de prostituição.

Durante o dia, pelo menos 120 mil pessoas circulam pela região, que é essencialmente comercial.

A instalação da Companhia da Polícia Militar no local foi realizada por meio de uma Parceria Público Privada (PPP), entre os governos Estadual e Municipal e a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL).