Kevin Costner tira dinheiro do próprio bolso para filmar ‘Black and White’ Festival de Toronto recebeu pré-estreia do drama que traça um retrato da questão racial nos EUA
Os filmes de Kevin Costner não costumam ser fáceis de vender. Como você tentaria convencer um estúdio hoje a filmar a história de um soldado da Guerra Civil que se aproxima de índios Sioux? Ou de um fazendeiro de Iowa que ouve vozes? Mas se no passado a influência de Costner na indústria era inquestionável, ele teve de brigar duro por seu novo filme, “Black and White”, que estreou no Festival de Toronto neste domingo.
O longa-metragem, escrito e dirigido por Mike Binder, traz Costner como um advogado de Los Angeles devastado pela perda da mulher e da filha. Uma batalha pela custódia da neta coloca o personagem contra a avó afro-americana da menina (Octavia Spencer).
“Eu tinha certeza que alguém ia querer fazer (esse filme), mas não foi assim”, conta o ator. “Eu não lutei, eu me rendi. E fiz com o meu próprio dinheiro.”
Costner afirma que se sentiu responsável por Binder, a quem tinha prometido fazer o filme. Os dois já haviam trabalhado juntos no bem-recebido “A outra face da raiva”, de 2005, no qual o ator interpreta um jogador de beisebol que se apaixona por uma mãe de três filhos cujo marido desapareceu. Já "Black and White" é um ambicioso retrato da questão racial nos EUA, um tema que não é especialmente bem recebido em Hollywood.
“Eu sabia que era (um filme) pequeno e que não é um tema que chama atenção. Mas já fiz filmes o bastante para saber o que funciona”, avalia o ator de 59 anos, que está em Toronto procurando um acordo de distribuição, mas também está preparado para voltar a mexer no próprio bolso se for necessário.
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“Black and White” pode fechar uma fase recente de trabalhos de Costner, que ficou alguns anos afastado das telas enquanto cuidava dos três filhos e da mulher, Christine Baumgartner. Recentemente, ele teve papeis em “Homem de Aço”, “Operação Sombra - Jack Ryan”, “A grande escolha” e “Três dias para matar”, além da elogiada minissérie para TV “Hatfield & McCoys”.
Agora, ele pensa no próximo passo e espera conseguir dirigir um faroeste.
“Sinto que, nessa segunda fase da minha carreira, eu quero dirigir mais.”
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