Juiz libera madrasta de Bernardo para trabalhar como artesã na cadeia Segundo Susepe, Graciele Ugulini aceitou oferta para realizar atividades. Órgão, porém, ainda não sabe se trabalho poderá diminuir eventual pena.
Beneficiada por uma decisão judicial, a enfermeira Graciele Ugulini, madrasta de Bernardo Boldrini, foi autorizada a trabalhar dentro da Penitenciária Estadual de Guaíba, na Região Metropolitana de Porto Alegre. De acordo com a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), desde segunda-feira (8) a ré ganhou a permissão para exercer atividades de artesanato na casa prisional.
Graciele está presa desde abril, acusada de participar do assassinato do seu enteado, Bernardo Boldrini, de 11 anos. O corpo de menino foi localizado no dia 14 de abril em um matagal na área rural de Frederico Westphalen, a cerca de 80 quilômetros de Três Passos, onde ele morava com a família. O menino estava desaparecido desde 4 de abril. Além da madrasta, também são réus o pai do menino, Leandro Boldrino, a amiga de Graciele, Edelvania Wirganovicz, e o irmão dela, Evandro Wirganovicz.
A Susupe detalhou que a possibilidade de trabalhar na casa prisional é rotineiramente ofertada aos apenados, mas depende de autorização da Justiça. O órgão, porém, ainda não confirma se as atividades laborais podem reduzir uma eventual pena aplicada à ré, que ainda aguarda julgamento. A produção de artesanato nas cadeias gaúchas costuma ser enviada a feiras locais. Ainda conforme o órgão, em geral, três dias de trabalho podem significar um dia a menos na pena a ser cumprida pelos detentos.
Entenda
Conforme alegou a família, Bernardo teria sido visto pela última vez às 18h do dia 4 de abril, quando ia dormir na casa de um amigo, que ficava a duas quadras de distância da residência da família. No dia 6 de abril, o pai do menino disse que foi até a casa do amigo, mas foi comunicado que o filho não estava lá e nem havia chegado nos dias anteriores.
No início da tarde do dia 4, a madrasta foi multada por excesso de velocidade. A infração foi registrada na ERS-472, em um trecho entre os municípios de Tenente Portela e Palmitinho. Graciele trafegava a 117 km/h e seguia em direção a Frederico Westphalen. O Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) disse que ela estava acompanhada do menino.
O pai registrou o desaparecimento do menino no dia 6, e a polícia começou a investigar o caso. No dia 14 de abril, o corpo do garoto foi localizado. Segundo as investigações da Polícia Civil, Bernardo foi morto com uma superdosagem de um sedativo e depois enterrado em uma cova rasa, na área rural de Frederico Westphalen.
O inquérito apontou que Leandro Boldrini atuou no crime de homicídio e ocultação de cadáver como mentor, juntamente com Graciele. Ainda conforme a polícia, ele também auxiliou na compra do remédio em comprimidos, fornecendo a receita. Leandro e Graciele arquitetaram o plano, assim como a história para que tal crime ficasse impune, e contaram com a colaboração de Edelvania e Evandro, concluiu a investigação.
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