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Saúde
Quarta - 10 de Setembro de 2014 às 21:17

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O Brasil deve começar em 2015 a vacinação contra a meningite do tipo B, de acordo com expectativa da presidenta da Comissão de Revisão de Calendários da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), Isabella Ballalai. Ela explicou que a doença meningocócica é a causa mais comum de meningite bacteriana no Brasil, que “tradicionalmente é um campeão neste tipo de enfermidade na América Latina”, e os Estados do Rio de Janeiro e de São Paulo são os que registram as maiores incidências. Dados do Ministério Saúde registram 1,54 episódio para cada grupo de 100 mil habitantes em 2013.

Segundo Isabella Ballalai, até 2010 o meningococo [bactéria causadora da doença] do tipo C era responsável por 80% de meningites no País. A partir daí, com a vacinação em crianças com menos de dois anos, determinada pelo Ministério da Saúde, os casos diminuíram, embora o vírus ainda circulasse em maiores de quatro ou cinco anos de idade, nos adolescentes e nos adultos. A médica acrescentou que para a faixa com imunidade, o vilão passou a ser o meningococo do tipo B.

— Era o inimigo número dois e passou a ser o primeiro causador da doença meningocócica. Então, a vacina do tipo B, junto com as que já existem nos tipos A, C, W e Y é a expectativa de prevenir os tipos de doença meningocócica que circulam entre nós. A gente espera ter esta vacina em 2015.

Segundo a SBIm, a meningite tem tratamento específico, mas, apesar disso, uma em cada grupo de cinco pessoas infectadas não resiste à doença. Entre os que sobrevivem, de 10% a 20% têm sequelas neurológicas, e outros ainda podem ser acometidas com problemas de surdez ou mesmo casos de amputação de membros.

A vacinação contra meningite B será um dos assuntos em debate na 16ª edição da Jornada Nacional de Imunizações, promovida pela SBIm. O encontro, que começa nesta quarta-feira (10), no hotel Royal Tulip, em São Conrado, zona sul do Rio, e termina no sábado (13), terá como tema Perspectivas para os Próximos Dez Anos. Haverá uma sala para discutir especificamente os resultados obtidos na área.

Para Isabella Ballalai, apesar de o Brasil ter um programa vacinal de imunizações considerado um dos melhores no mundo, não pode deixar de lado o controle de doenças em adultos. É preciso ter cobertura vacinal além da infância para evitar que doenças controladas atualmente, como a poliomielite, retornem ao país, e adiantou que o Ministério da Saúde deve anunciar, em novembro, a vacinação de gestantes contra a coqueluche.

— Hoje, as doenças imunopreveníveis estão bem controladas na infância, e a gente sabe que muitas das vacinas não vão proteger para o resto da vida. A expectativa de vida só aumenta, e pretendemos que o tempo maior de vida seja com qualidade. As doenças infecciosas são as que mais matam, depois das cardiovasculares. Hoje, com as vacinas em idosos, contra a influenza [gripe] a gente consegue resultado até mesmo para doenças cardiovasculares. São estratégias que temos que discutir. Como chegar ao adulto e chamar os idosos para as salas de vacinação para que tenham proteção a longo prazo.

No encontro, as principais referências na área vão discutir desde a situação das doenças preveníveis por vacina ao desenvolvimento de imunobiológicos.

— A gente já conhece os resultados, até hoje muito bons, conseguidos com a vacinação; a gente tem muita coisa a crescer, e hoje vivemos uma situação de conforto com a ausência das doenças imunopreveníveis e a necessidade de atingir outras faixas etárias nos próximos anos.

A jornada vai debater também a vacinação contra a dengue, e de acordo Isabella, os testes da vacina indicam redução de 60% da doença e queda de 80% dos casos de hospitalização.

— Se a dengue é um problema, o maior é a dengue grave, que hospitaliza e mata, e a gente tem perspectiva de 80% de redução. É uma vacina que a gente também espera para 2015 e torce muito para que chegue.

Outra discussão importante vai ser o debate sobre a vacina contra o vírus varicela-zoster, causador do herpes-zóster, popularmente conhecido como cobreiro. A vacina foi aprovada pelo Ministério da Saúde e está disponível em clínicas privadas. De acordo com a médica, a prevenção pode evitar também o acidente vascular cerebral.





Fonte: Da Agência Brasil

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