Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Sexta - 12 de Setembro de 2014 às 18:29

    Imprimir


As obras civis da usina nuclear Angra 3 serão retomadas após a suspensão de atividades pela Andrade Gutierrez em maio deste ano. Segundo informou a Eletrobras Eletronuclear ontem, a construtora disse já ter dado início ao processo de retomada das atividades, que envolve a recontratação de funcionários. Ainda não há previsão para a data de reativação do canteiro de obras da usina, que deve entrar em operação em 2018.

Com a retomada da construção, a Eletronuclear decidiu suspender o processo administrativo movido contra a Andrade Gutierrez. A empresa afirma que a decisão ocorre "diante da retomada das negociações e do interesse de ambas as partes de realizar um processo de repactuação contratual que garanta adequadas condições de conclusão do empreendimento". O processo foi aberto após a construtora suspender as obras em maio.

A companhia informa também que os consórcios vencedores da licitação para a montagem eletromecânica da usina assinaram seus contratos de serviços.

HISTÓRICO

O projeto para a construção de Angra 3 se arrasta desde o período da ditadura militar. A Andrade Gutierrez venceu a licitação da obra em 1983, no governo de João Baptista Figueiredo (1979 - 1985).

Com a transição para a democracia, no entanto, a prioridade da construtora para realização do projeto foi questionada por suas concorrentes. Diretores da Camargo Côrrea chegaram a argumentar que, desde a época da licitação até os anos 2000, inovações tecnológicas tornaram possível reduzir em até 40% o custo das obras civis nas usinas nucleares.

Apesar disso, em 2009 o governo optou por não refazer a licitação e revalidar a concorrência ganha pela construtora Andrade Gutierrez.

Durante décadas de inatividade, a Andrade Gutierrez recebeu pagamento mensal para preservar o canteiro de obras. Segundo apurou a Folha à época, os pagamentos custavam cerca de US$ 20 milhões por ano ao país.

USINA

A Santo Antônio Energia, concessionária responsável pela usina de mesmo nome no rio Madeira (RO), informou ontem que chamou os sócios da empresa para decidir um novo aporte de R$ 1,140 bilhão.

O valor será usado para honrar as dívidas com o consórcio construtor, formado por Odebrecht e Andrade Gutierrez, que chegam a R$ 700 milhões.

O restante será utilizado para equilibrar o caixa da usina, que continua gerando menos do que estabelecem seus contratos.

Assim, Santo Antônio teria condições de pagar novos prejuízos aferidos no mercado de curto prazo, segmento que é obrigada a recorrer para comprar a energia que não consegue produzir.

Conforme a Folha de S.Paulo revelou na quarta-feira da semana anterior (3), Santo Antônio receberia um investimento total de R$ 1,95 bilhão para arcar com a dívida no mercado de curto prazo e pagar o consórcio construtor, que não recebe há dois meses.

Com o comunicado feito por Santo Antônio, o valor total da injeção de R$ 1,99 bilhão.

Na última sexta-feira, os sócios aprovaram um aporte de R$ 850 milhões para arcar com os prejuízos contabilizados entre abril e junho no mercado de curto prazo.

O depósito na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) foi realizado na terça. Caso não conseguisse levantar o dinheiro, Santo Antônio corria o risco de ser desligada da câmara e perder a licença de operação da usina.

A nova injeção deve seguir a mesma regra da primeira ao manter a participação acionária de cada sócio na usina. 





Fonte: Da Folhapres

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/401289/visualizar/