Os conselheiros que votarão na noite desta segunda-feira se aprovam a adoção de eleições diretas no Palmeiras sentiram a pressão para a mudança estatutária. Cerca de 400 torcedores se manifestaram em frente à Academia de Futebol com xingamentos, gritos, faixas e cartazes cobrando a alteração e temem uma manobra que adie a definição.
As pessoas que ficaram diante do Centro de Treinamento do time, local da votação, são ligadas à torcida Mancha Alviverde, principal organizada do clube, e o temor pelo adiamento da votação existiu. "Esperamos que as eleições diretas sejam aprovadas, mas ouvimos falar que há um movimento para que não tenha um quorum mínimo e a votação seja adiada", disse Rafael Scarlati, vice-presidente da organizada.
O conselheiro que foi ao local encontrou um ambiente de forte pressão para a mudança no formato das eleições do clube. Há uma grade afastando os manifestantes do portão de entrada da Academia, mas cada carro que passava é recebido com xingamentos.
Os cânticos principais foram de "Olê, olê, olé, olá, diretas já" e, entre palavrões, "diretoria, o meu Palmeiras não precisa de você". Há torcedores com os rostos pintados de verde e faixas e cartazes com inscrições, como "SEP é de 18 milhões, não de 300 ladrões", "Nós somos o Palmeiras", "Conselho corrupto", "Tirone banana", "Frizzo ladrão", "Frizzo safado" e "Fora Tirone".
Durante a manifestação, o clima chegou a ficar tenso com os policiais, presentes em bom número com carros e motos. As autoridades tiveram que aumentar o tom de voz para exigir que os torcedores se restringissem a ficar só em uma faixa da avenida Marquês de São Vicente, ordem que chegou a ser desobedecida em alguns momentos.
A pressão pela adoção de eleições diretas já ocorreu durante a tarde até com carta aberta do ministro do Esporte, Aldo Rebelo. De qualquer forma, ainda não será nesta segunda-feira que a alteração passará a valer. Caso ocorra aprovação do Conselho Deliberativo, o formato será votado pela Assembleia de Sócios em reunião que deve acontecer em novembro. O aval dos conselheiros, porém, é decisivo, já que os sócios dificilmente se recusarão a ter seu voto válido na escolha dos presidentes do clube.
Mesmo com a aprovação das eleições diretas, o formato não será usado no próximo pleito, marcado para janeiro de 2013. Por um acordo com o presidente do Conselho Deliberativo, José Ângelo Vergamini, as diretas só poderão ser utilizadas a partir de 2014 - ano do centenário palmeirense, que não deve ter eleições, já que os mandatos são de dois anos.
Comentários