Sete cidades de MT dobram número de habitantes nos últimos 13 anos Todas as cidades que cresceram têm agricultura como base da economia. Lucas do Rio Verde e Sapezal estão entre as 10 do país que mais cresceram.
Pouco mais de uma década foi suficiente para que sete cidades mato-grossenses dobrassem ou quase triplicassem o número de habitantes. Duas delas estão entre as 10 que mais cresceram no país nos últimos 13 anos. Lucas do Rio Verde e Sapezal, a 360 e 473 km de Cuiabá, possuem características semelhantes. Ambas nasceram do agronegócio e têm o setor como pilar da economia.
De 2000 para cá, a população de Lucas do Rio Verde quase triplicou. No início da última década, tinha 19.316 habitantes e, até o final do ano passado, esse número chegou a 52.843, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O prefeito em exercício da cidade, Miguel Vaz Ribeiro (PPS), avalia que a agroindústria tem impulsionado o desenvolvimento da cidade.
O lema é 'não apenas produzir, mas agregar valor à produção'. Com isso, indústrias começaram a ser instaladas no município que possui 26 anos de emancipação. Uma delas de processamento de soja, capaz de esmagar 3 ou mil toneladas de soja por dia, como explicou o prefeito. Na cidade, também é produzida ração animal e com ela se cria aves e suínos.
Outros locais que empregam muitas pessoas e atraem novos moradores para a cidade por conta das oportunidades de trabalho são os frigoríficos. "Somos uma cidade operária e temos um comércio forte, com várias empresas e microempresas. Isso dá estabilidade para a economia", analisou Vaz Ribeiro.
Apesar dos pioneiros serem do Sul do país, atualmente a cidade é composta por pessoas de todos os cantos do Brasil, inclusive do nordeste, que deixam a sua terra em busca de emprego e melhor qualidade de vida. O prefeito explicou que hoje não sobram vagas de emprego, mas que também não faltam.
Sapezal tem o agronegócio como base da economia (Foto: Arquivo pessoal/ Sedtur-MT)
Situada no médio norte do estado, Sapezal foi criada em 1994 após uma proposta de colonização do primeiro prefeito da cidade, André Maggi, pai do ex-governador do estado e hoje senador, Blairo Maggi (PR). Em 13 anos, houve um salto no número de habitantes da cidade. Em 2000, 7.866 viviam no município e em 2013 mais 13 mil se mudaram para lá, totalizando 20.934 habitantes.
Além de Lucas do Rio Verde e Sapezal, as seguintes cidades também constam da lista das que mais cresceram no estado desde a última década: Campo Novo do Parecis, Nova Ubiratã,Campo Verde, Querência, Sorriso, Nova Mutum e Juruena. Todas elas também cultivam grãos, principalmente soja, milho e algodão.
"São cidades que cresceram devido o agronegócio, com uma população de alto poder aquisitivo", disse Cornélio Vilarinho, professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e doutor em geografia, ao pontuar que Lucas do Rio Verde é a exceção, já que muitos nordestinos, principalmente do Maranhão, foram para a cidade a partir da oferta de emprego e de casa para morar feita por empresas da região para atrair funcionários. A mão de obra era escassa.
Perfil dos habitantes
Diferente da década de 70 e 80, a maioria dos novos habitantes do estado possui mão de obra qualificada, segundo o professor. "A migração para Mato Grosso são de pessoas qualificadas porque o agronegócio atua com tecnologia, não é mais como era na década de 70", pontuou. Porém, ele critica a falta de saneamento básico da maioria dessas cidades, que põe em risco a saúde dos moradores. "São cidades 'maquiadas'. Bonitas, mas não tem saneamento básico".
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