Diretores da Santa Casa de SP pedem demissão Superintendente e o tesoureiro tinham ligação com empresa que prestava serviço ao hospital
O superintendente e o tesoureiro da Santa Casa de São Paulo pediram demissão nesta segunda-feira (15). A instituição filantrópica vive crise financeira e passa por auditoria de uma comissão técnica formada por representantes dos governos federal, estadual e municipal.
No final de julho, a Santa Casa fechou seu pronto-socorro por 30 horas por falta de recursos para a compra de materiais e medicamentos. O serviço foi reaberto após um repasse emergencial de R$ 3 milhões feito pela Secretaria Estadual da Saúde.
O pedido de demissão de Antonio Carlos Forte, superintendente, e Hercílio Ramos, tesoureiro, acontece menos de uma semana depois de reportagem do jornal Folha de S.Paulo revelar que os dois foram contratados para prestar consultoria para a Andrade Gutierrez, grupo empresarial dono da Logimed, maior fornecedora de materiais para a Santa Casa.
Forte e Ramos são sócios na empresa de consultoria Apocatú, criada em 2008, quando passaram a prestar serviços para o grupo. No mesmo ano, a Logimed foi contratada pela entidade para fornecer insumos ao complexo hospitalar.
Segundo o jornal, a empresa Apocatú teria recebido cerca de R$ 100 mil em cinco anos pelos serviços de consultoria prestados para a Andrade Gutierrez. O contrato já foi encerrado.
Explicação
Em nota divulgada na semana passada, Forte e Ramos confirmaram os serviços prestados e disseram que "não há nenhum impedimento legal ou ético de que exerçam outras atividades profissionais". De acordo com eles, "não houve favorecimento a nenhuma empresa que tenha sido atendida pela Apocatú ou por seus sócios".
A Santa Casa negou qualquer irregularidade. Na ocasião, afirmou que o contrato com a Logimed representou economia de recursos e aperfeiçoamento da gestão de suprimentos da entidade e disse que a instituição passa por rigorosos controles internos e por auditorias.
Na segunda-feira, o provedor da instituição, Kalil Rocha Abdalla, afirmou que o desligamento de Forte e Ramos foi motivado por um pedido dos dirigentes e ainda não foram definidos os nomes dos substitutos. Segundo a assessoria da Santa Casa, os dois deverão ficar no cargo até o fim do mês e participarão do processo de transição da nova chefia
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