Inadimplência com cheque bate recorde em Mato Grosso
O índice de inadimplência dos mato-grossenses com cheque, em agosto deste ano, foi o 2º pior desse mês de toda a série histórica monitorada pelo Serasa Experian desde 2001 nas Unidades da Federação. Na relação entre o número de documentos devolvidos pela segunda vez por insuficiência de fundo (26,8 mil) e os compensados (590 mil) pelos bancos, o percentual estadual chegou a 4,54% no mês passado.
Pior resultado que esse só o demonstrado em agosto de 2012, que fechou com 4,58% de inadimplência. De acordo com dados do Serasa, agosto de 2014 também obteve os menores volumes de cheques devolvidos e compensados da série histórica de Mato Grosso, ou seja, o uso do documento diminuiu, impactando na quantia em circulação.
Mas quem optou por esta forma de pagamento não conseguiu honrar a dívida. Na média nacional, o 8º mês de 2014 também foi o segundo pior da série histórica brasileira, que começou a ser estudada há mais tempo, em 1991. Entretanto, o percentual foi inferior ao estadual, 2,02%.
Para os economistas da Serasa Experian, a alta da inadimplência com cheques revela a crescente dificuldade que o brasileiro está encontrando para honrar seus compromissos financeiros.
Enfraquecimento do mercado de trabalho, juros dos empréstimos em elevação e a estagnação da economia contribuem para reforçar este cenário adverso no que diz respeito à inadimplência com cheques.
Em 2001, no oitavo mês desse ano, 2,183 milhões de cheques foram compensados em Mato Grosso, contra os 590 mil registrados em agosto de 2014, o que representa um recuo de 72,9%.
Mariana (nome fictício) confessa que nunca foi organizada financeiramente, o que, por muitos anos, atrapalhou a realização de projetos pessoais e profissionais. “Chegava ao ponto de eu não saber quantos cheques iam cair no mês. Foi quando parei de usar e fui olhar o estrago. Hoje prefiro o cartão de crédito, que acompanho a fatura pela internet. Mas não posso descuidar nunca, gastar é um vício”, afirmou a jovem que prefere não se identificar.
Depois de um ano, Mariana ainda não conseguiu recuperar todas as folhas de cheques devolvidas para dar baixa nelas e limpar seu nome.
De janeiro a agosto deste ano, 234 mil cheques sem fundo foram devolvidos em Mato Grosso, de um universo de 4,836 milhões compensados, o que gerou um índice de 4,83% de inadimplência.
Percentual superior ao registrado em igual período do ano passado (4,56%). Já na média nacional, no acumulado dos primeiros 8 meses deste ano, o percentual de devoluções foi de 2,10%.
No mesmo período do ano passado, esse percentual era de 2,05%. Nesse mesmo período comparativo, o estado de Roraima foi o que mais registrou cheques sem fundo com taxa de 12,03%. Em contrapartida, a menor proporção 1,13% ocorreu na mesma região: o Amazonas.
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