Candidatos ao governo discutem sistema prisional
Os cinco candidatos ao governo do Estado participaram da Audiência Pública realizada ontem pelo Poder Judiciário, por meio da Corregedoria Geral da Justiça, no Fórum de Cuiabá. O evento teve o objetivo de discutir o Sistema Penitenciário e foi iniciado pelo corregedor-geral, Sebastião de Moraes Filho. O magistrado lembra que ao assumir o cargo, a meta era baixar o estoque de processos, o que aconteceu, fazendo com que o número caísse de mais de 1 milhão para 945 mil. “Hoje nosso objetivo é cuidar do sistema prisional e para que os reeducandos não sejam tratados como feras humanas”.
Cada postulante a governador teve 30 minutos para responder cinco perguntas relativas ao tema, mais 20 minutos para esclarecer dúvidas do público. O primeiro a passar pela mesa foi o médico Lúdio Cabral (PT), que após pontuar os principais gargalos sobre o assunto, apresentou suas propostas.
Entre elas, a criação de cinco unidades de Colônia Penal Industrial em Cuiabá, Várzea Grande, Sinop e Rondonópolis; modernização e humanização do sistema prisional; educação e profissionalização dos reeducandos; ampliação do número de vagas nos Centros de Detenção Provisória, que hoje têm déficit de 80%. Pretende, também, assegurar que os recursos do Fundo Penitenciário Estadual sejam aplicados corretamente; aumentar as oportunidades de emprego para os presos e investir no plano de cargos, carreiras e salários dos servidores, promovendo a equiparação com as demais carreiras do próprio sistema penitenciário.
O segundo candidato a expor seus compromissos com o sistema prisional do Estado foi o comunicador José Marcondes Neto, o Muvuca (PHS). Ele defende que o atual modelo vigente não tem condições de ressocializar os presos. Algumas de suas propostas para mudar a realidade se referem à construção de novas unidades prisionais; descentralização do sistema penitenciário; realização de concurso público para a área; capacitação dos reeducandos e melhorias nos salários dos servidores.
Em seguida foi a vez do advogado José Roberto (PSOL) que elencou como prioridades de sua gestão o tratamento de saúde dos detentos durante o cumprimento da pena; a ampliação de vagas no sistema penitenciário; articulação de políticas públicas para criação de Colônias Penais; humanização e descentralização do sistema.
Representando a candidata Janete Riva (PSD), o candidato a vice-governador, Aray Fonseca (PSD), pontuou que, se eleitos, destinarão mais recursos para o sistema penitenciário e que para isso mudarão o perfil econômico do Estado. Criarão, ainda, cerca de cinco mil novas vagas; humanizarão os presídios; aumentarão as equipes de saúde para fortalecer e combater doenças como a tuberculose. Garante a qualificação dos servidores; aquisição de equipamentos de segurança para as unidades prisionais e criação de vagas de emprego por meio de parceria com empresas que serão beneficiadas com a isenção de impostos.
O último a apresentar suas propostas foi o senador Pedro Taques (PDT). O candidato, que foi relator da reforma do Código Penal no Senado Federal, classificou prioridades e destinação correta dos recursos do Fundo Penitenciário Estadual; elaboração de convênios com o Governo Federal para execução de ações na Segurança Pública; valorização dos profissionais que atuam na área, construção de penitenciárias para acabar com o déficit de cerca de quatro mil vagas; fortalecer a Defensoria Pública; investir na saúde de presos e servidores, além da Polícia Comunitária.
O juiz auxiliar da Corregedoria, Jorge Luiz Tadeu Rodrigues, afirmou ao fim da audiência pública que as expectativas foram superadas e que os candidatos tiveram a coragem de abordar temas espinhosos e pouco discutidos durante o processo eleitoral. Acentua que todos os concorrentes ao Governo se comprometeram a aumentar o orçamento para a pasta da Segurança Pública e promover avanços que começaram nesta gestão.
“A importância dessa discussão é enorme porque estamos nos aprisionando cada vez mais nas nossas casas, mais grades, mais cercas elétricas, de medo de viver na sociedade, de sair na rua. Precisamos atacar a segurança pública como um todo e o sistema penitenciário é sim um ponto extremamente importante neste sentido porque aquele que cometeu uma infração já está lá e precisa ser ressocializado”, destacou o magistrado.
Mais fotos podem ser encontradas no banco de imagens do TJMT, abrigado no Flickr.
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