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Terça - 07 de Outubro de 2014 às 22:15

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Com cerca de 1 milhão de cirurgias cesarianas por ano, o Brasil lidera o ranking mundial em número desse tipo de cirurgia, aponta a Organização Mundial da Saúde (OMS).

De acordo com a pesquisa Nascer no Brasil: Inquérito Nacional sobre Parto e Nascimento, feita de 2011 a 2012 pela Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), 23.940 mulheres entrevistadas em maternidades públicas, privadas e mistas, 52% relataram que passaram por cesarianas.

No setor privado, o percentual de crianças que nasceram por cesáreas chega a 88%. A pesquisa aponta ainda o alto número de cesáreas em adolescentes (42%). Para tentar reverter o quadro, a Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) da Fiocruz promove, pela primeira vez no Brasil, a conferência internacional Parto Normal e Nascimento.

A conferência ocorre desde 2002 no Reino Unido para debater o trabalho de parto e o parto normal e, em 2010, passou a ser organizada também fora da Inglaterra. O primeiro país estrangeiro a receber o evento foi o Canadá, seguindo da China, em 2012.

A primeira parte da conferência ocorrerá de 10 a 13 deste mês, em Búzios, na Região dos Lagos, estado do Rio de Janeiro, mas será fechada ao público. Uma segunda conferência, aberta, ocorrerá na cidade do Rio de Janeiro, entre os dias 14 e 16. As inscrições para a segunda etapa se encerrarão no dia 9.

De acordo com a epidemiologista Maria do Carmo Leal, da ENSP/Fiocruz, que pesquisa sobre saúde da criança, da mulher e de adolescentes e, a ideia é “socializar as oportunidades de troca e de aprendizado” e debater sobre o parto “que seja comandado pela mulher e que tenha bom resultado obstétrico”. Serão discutidas práticas desenvolvidas por profissionais que englobam a atenção ao parto, o nascimento e a atenção à criança nos primeiros anos de vida.

Para a médica, que participou do evento há seis anos na Inglaterra, a reflexão é importante, pois o Brasil está focado “em intervenções, muitas vezes desnecessárias”, lembrando que estudos apontam que a indicação da cesariana não deve superar 15%.

Segundo a médica da ENSP, estudos indicam que “não se precisa mais de 15% de cesáreas”. Maria do Carmo Leal disse que a intervenção desnecessária pode trazer risco para a mãe e o bebê, como o nascimento prematuro ou infecção na mulher, conforme apontam estudos. “O problema é quando ela não é recomendada”, disse. “Ela [mulher] fica com uma cicatriz no útero e nas próximas gestações tem maior risco de ter uma implantação baixa e inadequada da placenta, ter sangramento”, avalia a médica.





Fonte: DA AGÊNCIA BRASIL

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