Paciente com ebola morre no Texas Liberiano havia tomado remédio experimental, mas não resistiu. Obama disse que vai cobrar agilidade de chefes de Estado contra epidemia.
O homem de nacionalidade liberiana diagnosticado com ebola no Texas morreu nesta quarta-feira (8), informou o hospital de Dallas. Thomas Eric Duncan havia tomado um medicamento experimental chamado brincidofovir no último sábado (4), quando seu estado de saúde passou de grave a crítico, segundo o Hospital Presbiteriano do Texas, em Dallas.
"É com profunda tristeza e com sincero desapontamento que informamos a morte de Thomas Eric Duncan às 7h51 desta manhã", dizia um comunicado do porta-voz do hospital.
Duncan foi a primeira pessoa diagnosticada com ebola nos Estados Unidos e acredita-se que ele tenha sido infectado na Libéria.
Moradores da capital liberiana acreditam que Duncan pegou a doença quando ajudou uma mulher enferma a entrar em um táxi para ser levada ao hospital.
Atualmente, o oeste da África enfrenta a maior epidemia da doença em sua história, com mais de 3.400 mortos desde o início do ano.
Diversos pacientes norte-americanos foram enviados da África Ocidental para serem tratados nos Estados Unidos, mas Duncan foi a primeira pessoa a começar a demonstrar sintomas da doença já em território norte-americano.
Duncan conseguiu voar de Monróvia, capital da Libéria e epicentro do surto de ebola, para os EUA porque não apresentou febre ao ser examinado no aeroporto e preencheu um questionário dizendo que não teve contato com qualquer pessoa infectada pelo vírus letal.
Autoridades da Libéria afirmaram que ele mentiu no questionário e esteve em contato com uma mulher grávida que depois morreu por causa da doença. O ebola pode levar até três semanas para manifestar sintomas em suas vítimas, ponto a partir do qual se torna contagioso.
Duncan começou a se sentir doente pouco depois de sua chegada ao Texas. Ele se dirigiu a um hospital de Dallas em 25 de setembro, mas foi inicialmente mandado de volta para casa após ser medicado com antibióticos.
O estado do paciente piorou e ele retornou de ambulância para o hospital em 28 de setembro, sendo diagnosticado com o ebola.
Autoridades disseram que até 48 pessoas podem ter sido expostas por Duncan ao vírus, e que 10 pessoas sob maior risco estão cooperando com o as autoridades de saúde pública, mantendo-se em quarentena voluntária. As outras 38 pessoas que podem ter sido expostas tem a temperatura examinada com regularidade.
Governo
Enquanto isso, o presidente foi atualizado por conselheiros de saúde e segurança sobre a situação no Texas e sobre as medidas americanas para enfrentar uma possível epidemia.
Obama afirmou que os riscos de uma crise surgir no Estados Unidos são "extremamente baixos", mas prometeu pressionar os líderes mundiais para acelerar a luta mundial contra a epidemia mortal na África. "Não vimos outros países agirem tão agressivamente quando precisavam", afirmou Obama.
"Eu vou colocar pressão sobre meus colegas, chefes de Estado e de governo, em todo o mundo, para assegurar que estejam fazendo tudo o que podem para se unir a nós neste esforço", prosseguiu.
Ele disse que os Estados Unidos estão avaliando medidas de triagem aeroportuárias mais rígidas para conter a disseminação de casos por pessoas que viajam de avião.
"Também vamos trabalhar em protocolos para fazer triagens adicionais de passageiros, tanto na origem quanto aqui nos Estados Unidos", disse Obama a jornalistas.
Ebola na Europa
Após a confirmação do primeiro caso de contaminação na Espanha, a Comissão Europeia pediu ao governo explicações sobre as falhas do sistema de saúde que provocaram o contágio de uma auxiliar de enfermagem em um hospital de Madri.
A auxiliar de enfermagem contraiu a doença no hospital de Madri. Ela integrou a equipe que atendeu os dois missionários que morreram vítimas do ebola depois que foram repatriados da África.
Há vários meses os Estados membros fazem um acompanhamento e coordenam os procedimentos nacionais a nível europeu para evitar a entrada do vírus no continente.
"Apesar do caso, não há inquietação na Comissão. A propagação do vírus na Europa continua sendo uma hipótese altamente improvável", afirmou Vincent.
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