Advogado nega ter instruído Eder em depoimentos ao MPE
O advogado Fábio Lessa negou que tenha orientado, ou instruído, o ex-secretário de Estado Éder Moraes durante depoimentos ao Ministério Público Estadual (MPE), entre 21 de fevereiro a 24 de março deste ano.
Nos depoimentos, Éder denunciou um suposto esquema de lavagem de dinheiro, que teria sido usado pelo governo Silval Barbosa, para pagar propina e dívidas de campanha por meio de construtoras, bancos e agiotas.
"Em momento algum foi armada, ou arquitetado, alguma versão para ele prestar os depoimentos. Ele foi aconselhado por mim, e pelo nosso escritório, apenas a responder o que os promotores de Justiça perguntassem" Após a imprensa divulgar trechos das declarações, o ex-secretário protocolou no MPE um Termo de Retratação Pública. Éder alegou, a um site, que além dos promotores de Justiça, os seus advogados o teriam "instigado" a dizer "inverdades".
“O Eder é uma pessoa adulta e responsável pelos seus atos. Se ele disse ou não a verdade nos depoimentos, é um juízo dele próprio. Ele disse o que foi perguntado, se disse verdade ou mentira, isso somente ele poderá responder", disse Lessa.
Segundo ele, não houve qualquer tipo de estratégia definida antes dos depoimentos.
"Em momento algum foi armada, ou arquitetado, alguma versão para ele prestar os depoimentos. Ele foi aconselhado por mim, e pelo nosso escritório, apenas a responder o que os promotores de Justiça perguntassem. Mesmo porque, nessa fase de apuração, não existe o papel do advogado orientar o cliente. Apenas o acompanhamos nas ocasiões”, disse Fábio Lessa.
O advogado também afirmou que desconhece os motivos pelos quais Éder Moraes pretende alterar os depoimentos concedidos aos promotores de Justiça Roberto Turin e Ana Cristina Bardusco, do Núcleo de Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa.
“Eu não posso dizer o porquê ele entrou com esse termo. Você precisa perguntar isso a ele que, inclusive, não me avisou que queria retratar os depoimentos. Tanto é verdade que não estamos assinando esse termo. Se ele está querendo desmentir algo, é por conta dele”, argumentou.
"Mal interpretado"
Segundo Fábio Lessa, o próprio Éder Moraes lhe disse, por telefone, que em momento algum criticou a postura dele e de sei escritório de advocacia.
"O Éder continua sendo nosso cliente. Apenas na questão da Justiça Federal, onde tramitam as ações derivadas da Operação Ararath, a defesa foi passada para outro advogado"
“Durante essa semana, entrei em contato com o Éder. Ele disse que foi mal interpretado pela imprensa. Reiterou que nosso escritório o atende adequadamente e lhe deu todo o respaldo”, afirmou.
Apesar do "ruído", Fábio Lessa reiterou que ele e seu pai, o desembargador aposentado Paulo Lessa, continuam atuando como advogados de Eder.
“O Éder continua sendo nosso cliente. Apenas na questão da Justiça Federal, onde tramitam as ações derivadas da Operação Ararath, a defesa foi passada para outro advogado. Mas, em questões do Ministério Público, e os possíveis desdobramentos desses depoimentos, nós temos o compromisso de defendê-lo. Continuamos contratados, só renunciamos da parte do processo relativo à Operação Ararath”, disse ele.
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