Número de vítimas de atropelamento aumenta em Cuiabá em 2014 Foram 97 vítimas no primeiro semestre deste ano e 84 em 2013. Cada vítima de atropelamento pode custar R$ 30 mil ao SUS.
Os gastos com saúde em Cuiabá em decorrência dos acidentes de trânsito cresceu nos últimos anos. Por conta dessa realidade, os recursos do Sistema Único de Saúde (SUS), que poderiam ser aplicados na prevenção de acidentes, acabam sendo destinados aos custos hospitalares das vítimas de atropelamento. Segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), de janeiro a junho de 2013, 83 pessoas foram vítimas de atropelamento em Cuiabá. No mesmo período de 2014, foram 97.
Os custos vão desde o transporte do paciente pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) até a internação, possíveis cirurgias e o tratamento. A operação de uma ambulância equipada custa em torno de R$ 1,4 mil. Somando tudo, um paciente atropelado, com traumas leves, pode gerar uma despesa de até R$ 30 mil para o SUS.
“Ele [paciente] vai e volta do centro cirúrgico várias vezes. Ele vai para a tomografia. As vezes precisa fazer um exame de ressonância, dos exames de laboratório do dia a dia, médicos e equipes, tudo consome recurso e esse paciente pode ir para enfermaria, pode ou não ficar sequelado. Até a alta ele pode ainda ir para a fisioterapia”, comentou o secretário adjunto de Saúde, Huark Douglas Correia, sobre os possíveis procedimentos pelos quais uma vítima de atropelamento pode passar.
O secretário afirmou que, na maioria das vezes, as vítimas de atropelamento são jovens. E que geralmente os acidentes mais graves são causados por motoristas que consumiram bebida alcoólica. “Quanto mais aumenta esse tipo de gasto, mais se deixa de aplicar em outras ações. Então você acaba inflando o orçamento e o financeiro na atenção hospitalar e acaba que esse tipo de recurso não é melhor aplicado. Ele poderia ser melhor aplicado na parte de promoção e prevenção”, pontuou Huark.
“O pedreste em si, hoje por questão da mobilidade de Cuiabá e Várzea Grande, ele termina se envolvendo no trânsito pela pouca facilidade que ele tem da travessia de vias. Então ele termina se arriscando e muitas vezes se envolve em acidentes”, observa o secretário de execução de Gestão Integrada, Átilla Vanderley da Silva. “E vale salientar que o trânsito é parte da consciência do condutor e não simplesmente das medidas repressivas existentes no estado”, frisa o secretário.
Cláudia Paschoal é uma das vítimas de atropelamento na capital mato-grosssense. A advogada foi atropelada por um motociclista quando atravessava a rua na faixa para pedestre. Ela se recupera de uma fratura no pé direito. Foram 30 dias com pinos para reconstruir o osso e mais 45 dias usando uma bota ortopédica até que voltasse a caminhar. “Os carros estavam parados para que eu fisesse a travessia, quando eu já estava no meio da rua colidiu comigo um motociclista que estava tentando ultrapassar os carros da sua mão. Então ele me pegou na verdade na contramão de direção dele”, contou a advogada.
No caso dela, o plano de saúde cobriu as despesas. Já o ex-vigilante Antônio Pereira da Silva foi atendido na rede pública de saúde. “Dependo de ajuda, muita. Ajuda familiar na compra do remédio e o custeio da minha vida. Estou parado, desempregado. Estou debilitado, impossibilitado até de trabalhar ”, contou Antônio.
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