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Economia
Sábado - 11 de Outubro de 2014 às 20:47

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A Bolsa brasileira fechou em baixa ontem refletindo uma maior cautela dos investidores após resultados de pesquisas eleitorais mostrarem empate técnico entre os candidatos Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) no segundo turno. O dia também foi marcado por preocupações em torno do crescimento econômico mundial que fizeram com que os principais mercados acionários globais caíssem.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, encerrou o dia com queda de 3,42%, a 55.311 pontos. Na semana, o índice acumulou alta de 1,42%. No mês, o avanço é de 2,2%. O volume financeiro negociado no pregão foi de R$ 7,4 bilhões.

O cenário eleitoral mais uma vez influenciou o mercado acionário brasileiro, após a divulgação de pesquisas Datafolha e Ibope que apontaram empate técnico entre o tucano e a atual presidente. De acordo com o Datafolha, o candidato tucano tinha 51% das intenções de voto válido, contra 49% de Dilma. É uma situação de empate técnico, já que a margem de erro é de dois pontos. Assim, o tucano pode ter entre 49% e 53%, a petista pode ter entre 47% e 51%

A pesquisa Ibope também apontou empate técnico na intenção de voto entre os dois candidatos, com vantagem numérica para Aécio Neves (PSDB).

"A Bolsa tem se descolado do exterior. Ontem, caiu basicamente por causa do cenário eleitoral. O mercado não interpretou positivamente o resultado das pesquisas Datafolha e Ibope", afirma William Araújo, executivo da equipe de análises da UM Investimentos.

"Um levantamento que saiu um dia antes de Datafolha e Ibope apontava uma alta maior do Aécio. Com o empate técnico, o mercado já começou a ficar mais cauteloso, temendo uma mudança do cenário dos candidatos", completa.

A visão é a mesma de Pedro Galdi, economista-chefe da SLW Corretora. "Os investidores aproveitaram para realizar lucro após as pesquisas Ibope e Datafolha mostrarem uma margem menor do Aécio do que a esperada pelo mercado, que se baseava em duas pesquisas regionais publicadas antes e que davam uma vantagem maior ao tucano", diz.

Neste final de semana estão previstas as divulgações de pesquisas Sensus e Vox Populi. Para Araújo, esses devem ser os principais fatores de influência sobre a Bolsa na segunda-feira (13), dia de agenda esvaziada.

Os investidores também estiveram atentos aos dados de emprego na indústria, que mostraram recuo na esteira da menor confiança dos empresários do setor e na crise que o ramo atravessa, com previsão de queda na produção neste ano.

Em agosto de 2014, o pessoal ocupado na indústria caiu 0,4% frente ao julho. Nesses cinco meses de queda, o emprego acumula uma perda de 2,9%. Os dados foram divulgados na manhã desta sexta-feira (10) pelo IBGE.

Em relação a agosto de 2013, o emprego industrial mostrou queda de 3,6%. Trata-se do 35º resultado negativo consecutivo nesse tipo de comparação.

EXTERIOR - No cenário internacional, as principais Bolsas também caíram, com preocupações de investidores com o ritmo do crescimento global e da Alemanha, maior economia da região.

"Há um movimento de proteção e cautela no exterior. Não é uma crise financeira, mas sim um ciclo de crescimento econômico um pouco abaixo do esperado. Com isso, o mercado tem que reajustar os preços dos ativos financeiros", afirma Eduardo Velho, economista-chefe da gestora de recursos Invx Global.

DÓLAR - No mercado cambial, o dólar fechou o dia em alta diante do real. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, subiu 0,79%, a R$ 2,407. Já o dólar comercial, usado em transações de comércio exterior, fechou o dia com valorização de 1,12%, a R$ 2,424. Das 24 principais moedas emergentes, o real foi a que mais se valorizou em relação ao dólar.

"O mercado está exagerado, com muita volatilidade. Os investidores estão extremamente sensíveis a qualquer sinal de pesquisa, e estão otimistas demais em relação ao Aécio. Eles estavam trabalhando com uma diferença maior entre os dois candidatos. Quando saíram as pesquisas Datafolha e Ibope, acabaram adotando uma posição de mais cautela", afirma Ítalo Santos, especialista em câmbio da corretora Icap do Brasil.

Para ele, atualmente o mercado não trabalha com a hipótese de uma vitória petista nas eleições. "Hoje está bem longe de estar precificada a vitória do PT. O mercado não quer acreditar que isso seja possível, então se essa hipótese ocorrer, o choque pode ser grande" avalia. 





Fonte: Da Folhapress

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