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Cidades/Geral
Sábado - 11 de Outubro de 2014 às 19:39

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Max Aguiar/MidiaNews
Alvanir e Patrícia :
Alvanir e Patrícia : "Nossas filhas morreram porque eram bonitas e despertavam ciúmes"

As domésticas Alvanir Botelho e Patrícia Maria da Silva Alves afirmaram que inveja e ciúmes podem ter sido as principais causas do duplo homicídio que vitimou suas filhas, de 14 e 16 anos.

As adolescentes foram mortas a pauladas, na madrugada de domingo (5), dentro da casa de Alvanir, no bairro Jardim Umuarama, em Cuiabá.

O desabafo das mães foi feito em entrevista ao ao MídiaNews, na tarde de sexta-feira (10), seis dias após o crime que chocou a região da Grande Morada da Serra (CPA).

As jovens haviam deixado um bar da região, onde Alvanir comemorava o aniversário, para tomar banho e acabaram sendo mortas de forma cruel.

"Eu estava no bar, e as meninas também. Todos alegres e felizes, até que uma delas pediu pra ir tomar banho e como companhia a outra foi junto. Em instantes, o namorado de minha filha foi na minha casa, porque elas estavam demorando, e lá encontrou os corpos e muito sangue" “Eu estava no bar, com as meninas e outras pessoas. Todos estavam alegres e felizes, até que uma delas pediu para ir tomar banho e convidou a colega. Em instantes, o namorado de minha decidiu ir à casa, porque elas estavam demorando e lá encontrou os corpos e muito sangue. Depois disso, eu lembro que fui pra casa, mas desmaiei e só acordei para vir ao velório de minha filha e da amiga dela”, disse Alvanir, que está à base de sedativos, desde o dia em que ocorreu a tragédia.

Já Patrícia, mãe da adolescente de 14 anos, estava fora de Cuiabá, quando ficou sabendo do caso. Ela tinha enterrado o pai na terça-feira (30) e esperava chegar em Cuiabá no domingo para votar, mas acabou chegando antes porque ficou sabendo da notícia.

“Era madrugada. Eu estava dormindo pra viajar domingo de manhã e chegar aqui a tarde. Minha filha mais velha me ligou e disse que eu precisava ser forte, porque a irmã dela tinha sido assassinada a pauladas. Eu nem acreditei”, contou muito emocionada a mãe.

Suspeitos

Mesmo tendo ouvindo pelo menos 20 pessoas, entre família e amigos, a delegada responsável pelo caso, Anaíde Barros, da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), não revelou quem seria o principal autor do crime.

Mas, as duas mães acreditam que o autor do crime seja alguém que era muito próximo das adolescentes.

Bastante emocionadas, mães afirmam que suspeitos eram conhecido das vítimas “A porta da casa não tinha nenhum sinal de arrombamento e as duas meninas não tinham envolvimento com drogas e nem com álcool. As amizades delas eram todas do bairro e, com certeza, elas abriram a porta porque foram chamadas por alguém conhecido. Depois que abriu a porta, alguém entrou e desferiu os golpes”, disse Patrícia Maria.

Alvanir segue a mesma linha de raciocínio de Patrícia e disse desconfiar de quem possa ter matado sua filha.

“Quando o namorado dela tinha visto os corpos e muito sangue, ele correu pra me avisar. Nisso, tinha alguém passando na rua. Essa pessoa pode ter sim matado as meninas. Já denunciamos ele e estamos esperando respostas”, afirmou.

Morreu por ser bonita

Patrícia e Alvanir revelaram que suas filhas, às vezes, reclamavam que outras meninas do bairro já as tinham ameaçado por elas serem bonitas. Isso ainda intriga as mães porque o autor do duplo assassinato machucou muito o rosto das vítimas.

“Elas disseram que as outras meninas não gostavam delas porque elas eram muito bonitas e sempre andavam junto. Certa vez, minha filha disse que a colega estava sendo ameaçada, mas tudo porque ela era bonita. Nossas filhas foram mortas por inveja e ciúmes. Elas estavam bastante machucadas na cabeça. O rosto delas ficaram totalmente desfigurados. O ato parecia ser de alguém que queria destruir o rosto”, afirmou Patrícia, sob forte emoção.

"Nossas filhas foram mortas por inveja e ciúmes. Elas estavam bastante machucadas na cabeça. O rosto delas ficaram totalmente desfigurados" Com o retrato da filha não, Patrícia ainda contou que, a cada minuto, sozinha, ela acha que a filha vai voltar.

“O tempo está acabando comigo. Parece que cada dia fica pior. Eu sento pra ver TV e fico esperando minha filha chegar. Estou sofrendo demais, principalmente por não saber quem fez isso e por que fez isso com as meninas”, desabafou.

Alvanir também contou que a filha sofria alguns tipos de ameaças por ser tão nova e tão bonita.

“Não se tinha o que reclamar de minha filha. Nem inimigos ela tinha. Todos gostavam dela, mas algumas meninas já tinham deixado de falar com ela porque a maioria dos meninos preferia ficar perto dela, por ser nova e bonita. Também acho que fizeram isso com elas por conta disso”, completou.

Roubo de celular

As mães ainda contaram que o celular das filhas também foram levados. “Quem matou as meninas ainda levou três celulares. Dois que eram usadas atualmente com elas e um que era antigo, mas também pertencia a uma delas", disse Alvanir.

No dia do crime, a delegacia responsável pelo caso, Anaíde Barros, não havia incluído esse detalhes no inquérito, o que só deve fazer ao desvendar o crime.

Apenas as ligações feitas pelas vítimas na semana anterior ao crime foram recuperadas pela família, na operadora que elas usavam.

Por fim, as mães pediram que alguém que tenha pista do criminoso que ligue para a Polícia e diga o que sabe.

“Não precisa nem se identificar. É só ligar e dizer o que sabe. Quem fez isso não vai ficar ileso para o resto da vida. Nós precisamos saber quem cometeu essa atrocidade com nossas filhas. Tão jovens, cheias de sonhos e tudo acabou em um crime bárbaro”, disse Patrícia.

Questionadas sobre um possível perdão das mães aos assassinos de suas filhas, ambas foram incisivas em responder que não.

“Não perdoo. O que ele ou eles fizeram foi algo muito bárbaro. E por que fez? Ninguém tem direito de tirar a vida de ninguém. Por que eu devo o perdoar, se ele ou eles não tiveram dó de nossas filhas?”, disse Patrícia.

Alvanir completou: “Minha filha era tão nova e bonita, com um futuro longo pela frente e tudo se acaba em uma paulada na cabeça. Não perdoo e pronto”, afirmou.

Passeata pela paz

No domingo (12), Dia da Criança e de Nossa Senhora Aparecida, familiares e amigos das vítimas irão fazer uma caminhada, pedindo paz,, no bairro Jardim Umuarama.

Pelo menos 120 camisas com foto das vítimas já foram encomendadas, e a Polícia Militar já foi acionada para dar apoio.

O ato terá início às 7h30 e terá partida do centro comunitário do bairro Jardim Umuarama, próximo ao 1º de Março, região da Morada da Serra. 





Fonte: Mídia News

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