Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Terça - 14 de Outubro de 2014 às 11:19

    Imprimir


Depois de quatro dias feito refém por indígenas da etnia Karajá, o coordenador do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) de São Félix do Araguaia, a 1.159 km de Cuiabá, Milton Martins de Souza, deixou a aldeia na noite desta segunda-feira (13). Ele havia sido sequestrado na última quinta-feira (9), quando estava na sede do Dsei, em São Félix do Araguaia e levado para a aldeia Fontoura, na Ilha do Bananal, em Tocantins.

Segundo Junahu Karajá, que pertence à comunidade indígena que o sequestrou, o coordenador falou para os índios que iria pescar no Rio Paraguai no final da tarde e, por volta de 19h [20h, no horário de Brasília], foi resgatado por um grupo de pessoas, entre elas funcionários do Dsei, que estavam em um barco. A fuga foi vista por um índio que estava perto do rio e avisou os demais indígenas, que haviam sequestrado o coordenador para reivindicar melhorias na saúde das comunidades da região.

Um funcionário do Distrito disse ao G1 nesta terça-feira (14) que o resgate foi feito com sucesso e que agora os índios estariam supostamente ameaçando invadir a sede do Dsei. A condição imposta pelos indígenas para a liberação de Milton era uma reunião na região com o secretário especial de Saúde Indígena, Antônio Alves, para que ele pudesse verificar de perto os problemas enfrentadas pelos indígenas, entre eles a falta de medicamentos.

Após o sequestro do coordenador, o Ministério da Saúde informou que a Secretaria Especial da Saúde Indígena (Sesai) estava acompanhando a situação e que o secretário responsável pela área havia proposto uma reunião com os líderes do movimento para segunda-feira (13), para tratar da situação, com a condição da liberação do coordenador. Porém, nesta segunda informou que a reunião não tinha data marcada para ocorrer.

Junahu Karajá disse que os funcionários levaram o coordenador sem a autorização dos índios. "O Milton falou que iria pescar e, nesse momento, o levaram embora da aldeia", afirmou. Segundo ele, a reunião era para ter sido realizada ontem, mas os 'homens brancos', como ele disse, não apareceram na aldeia.

Conforme os índios, a situação piorou nos últimos cinco anos depois que a gestão da saúde passou a ser administrada pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e não mais pela Fundação Nacional do Índio (Funai). "Tem recursos, mas esses recursos não estão chegando até os índios", alegou o cacique da Luiz Carlos Mauri Karajá, da aldeia Santa Isabel, em São Félix do Araguaia, um dia após o sequestro do coordenador.

O Dsei da região Araguaia atende índios de 15 aldeias, sendo sete em Mato Grosso e o restante em Tocantins. Conforme dados da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), em 2010 viviam mais de 3 mil índigenas nessas aldeias.





Fonte: Do G1 MT

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/402869/visualizar/