Justiça Federal deve interrogar empresário investigado na Ararath José Geraldo Sabóia de Campos é réu em ação penal com Éder Moraes. Este é o quarto processo decorrente da operação na Justiça Federal em MT.
Investigado na operação Ararath, o empresário José Geraldo Sabóia de Campos deverá ser interrogado na próxima quinta-feira (16) pelo juiz federal Jeferson Schneider, da Quinta Vara Federal de Mato Grosso. Ao lado do ex-secretário de Fazenda Éder Moraes, Sabóia é réu na quarta ação penal decorrente das investigações sobre um complexo esquema de transações financeiras clandestinas no estado. O interrogatório foi confirmado pelo advogado Mauro Cunha nesta terça-feira (14), dia em que o juiz Schneider interrogou Éder Moraes em outro processo da Ararath.
O processo só começou a tramitar na Quinta Vara Federal no último dia 2, mas, de acordo com o advogado de Sabóia, a Justiça decidiu antecipar o interrogatório de seu cliente devido à sua idade avançada – mais de 70 anos – e por seus problemas de saúde. Cunha não comentou sobre o teor da denúncia contra o empresário alegando que o processo está sob sigilo.
A assessoria de imprensa da Justiça Federal também não divulgou informações sobre a acusação. O próprio advogado de Sabóia reconheceu que uma das empresas de seu cliente foi mencionada ao longo das investigações da Ararath.
Este é o quarto processo a tramitar na Quinta Vara Federal por conta das investigações da operação Ararath – e o quarto processo a que o ex-secretário de Fazenda de Mato Grosso, Éder Moraes, responde atualmente. Ele foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) como o operador político do esquema investigado, o qual teria como operador financeiro o empresário Gercio Marcelino Mendonça Júnior, o Júnior Mendonça, investigado e delator do caso à Polícia Federal (PF) e ao MPF.
Interrogatório
Nesta terça-feira, Éder compareceu à Quinta Vara Federal para ser interrogado em outro processo referente à Ararath, no qual é réu ao lado do ex-secretário-adjunto do Tesouro estadual Vivaldo Lopes. No caso, ambos são acusados de articularem transações financeiras clandestinas envolvendo contas do Mixto Esporte Clube, Júnior Mendonça e de uma empresa de consultoria de Vivaldo Lopes. Segundo o MPF, as transações consistiram em esquema de lavagem de dinheiro. Já as defesas de Éder e Vivaldo alegam que a verba foi utilizada para patrocinar o Mixto.
"Todo os recursos captados para o Mixto foram 100% investidos no Mixto", assegurou Éder ao sair do interrogatório nesta terça-feira. "O que foi feito foram algumas operações com a Globo Fomento [factoring de Júnior Mendonça], operações garantidas junto a patrocinadores que nós tínhamos na época e também sobre prospecção de patrocinadores e ajudas voluntárias", explicou, apontando que a delação oferecida por Júnior Mendonça está "eivada de vícios, eivada de inverdades".
Já o advogado de Vivaldo Lopes, Ulisses Rabaneda, afirmou que o interrogatório de Éder - bem como todo o conjunto de provas colhidas até o momento - somente corroboram a versão de que seu cliente jamais cometeu qualquer ato ilícito.
"O Vivaldo teve condições de provar o que foi feito do dinheiro a partir do instante em que o dinheiro entrou, mas efetivamente como o dinheiro chegou até lá, só o Éder poderia esclarecer. E hoje ele veio e esclareceu que foi feito o adiantamento de patrocínio para o Mixto, sempre para o Mixto, e os valores ingressaram, então, na conta da Brisa. E, posteriormente, os valores foram para pagamento de despesas do Mixto", declarou Rabaneda.
Agora, o Ministério Público e as defesas de Vivaldo e Éder deverão oferecer suas alegações finais para que o juiz Jeferson Schneider possa proferir uma sentença sobre o caso.
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