Interdições em propriedades por casos de estomatite terminam em MT Imóveis interditados foram autorizados a realizar movimentação. Primeiras suspeitas da doença em animais surgiram em junho.
Secretaria de Desenvolvimento Rural e o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea) revogaram os efeitos da portaria conjunta (004/2014) que estabelecia as ações de mitigação da estomatite vesicular em animais de propriedades rurais de Castanheira, município a quase 800 quilômetros de Cuiabá.
O restabelecimento das condições sanitárias fez o órgão de controle sanitário liberar novamente a movimentação de animais e encerrar o período de interdição dos imóveis.
Desde o surgimento das primeiras manifestações clínicas compatíveis com a síndrome vesicular – ainda em 20 de junho – em um muar que estava em uma propriedade rural, foram cerca de 90 dias de restrições, conforme o presidente do Sindicato Rural de Castanheira, Raphael Nogueira.
“Voltou ao normal a comercialização de gado e coincidiu, nestas últimas semanas, com a alta do bezerro. No município há uma equipe do Indea fazendo a orientação aos criadores, mas não há mais barreiras”, disse ao G1.
Os casos da doença somavam 36 até meados de agosto e levaram, inclusive, o município a declarar estado de emergência.
De acordo com o resumo de atividades de vigilância veterinária das propriedades rurais de Castanheira, elaborado pelo Indea, e datado de 31 de agosto deste ano, 398 propriedades rurais tinham sido interditadas até a data. Ou apresentaram animais doentes ou porque estavam no raio da primeira área onde surgiu o problema.
O balanço acusava ainda exames realizados por médicos veterinários em 56 mil animais entre bovinos, equídeos, suínos, caprinos e ovinos.
De acordo com o poder público local, Castanheira conta com aproximadamente 1,2 mil propriedades rurais, a maior parcela delas de pequeno e médio portes. Os imóveis rurais que não foram interditados foram bloqueados (quaisquer operações deveriam ser avaliadas por um técnico do órgão).
“Ainda no início de outubro já foram liberadas as movimentações e agora esta portaria faz a formalização”, concluiu o presidente do Sindicato Rural.
A portaria conjunta que trata da revogação da portaria anterior não menciona o número atualizado de casos de estomatite vesicular no município bem como o total de fazendas com animais doentes.
A doença
A estomatite vesicular é uma doença pecuária semelhante a três doenças animais: febre aftosa, doença vesicular dos suínos e exantema vesicular dos suínos.
Os rebanhos afetados devem ser submetidos ao isolamento até o final do curso da doença. Eles podem ser cavalos, jumentos, mulas e burros, bovinos, suínos, e humanos. Ovinos e caprinos são relativamente resistentes e raramente demonstram sinais clínicos, conforme o Indea.
A estomatite pode ser transmitida para outros animais por meio do contato com instrumentos (fômites) contaminados com saliva ou fluído vesicular. Humanos podem ser infectados por contato com fluído vesicular ou saliva de animais infectados, descreve ainda o informe técnico.
Comentários