Justiça condena Vedoins à prisão
A Justiça Federal de São Paulo condenou os empresários mato-grossenses Darci Vedoin, Luiz Vedoin e Ronildo Pereira a 13 anos e cinco meses de prisão, em regime inicialmente fechado.
A sentença se deve à participação deles no esquema que ficou conhecido como “Máfia das Sanguessugas”. A decisão foi proferida no último dia 16 pelo juiz Ali Mazloum, da 7ª Vara Federal Criminal de São Paulo.
Os Vedoins, que são pai e filho, foram condenados por estelionato e corrupção ativa. Conforme o magistrado, a prática criminosa foi praticada por eles quatro vezes. Além da prisão, os empresários ainda deverão pagar multa de R$ 500 mil cada.
Esta não é a primeira vez que eles são condenados por suposta participação neste no esquema de venda fraudulenta de ambulâncias ao Poder Público.
Em abril deste ano, o juiz da 7° Vara Federal de Mato Grosso, Paulo Sodré, condenou os Vedoins a quatro anos e quatro meses de reclusão por formação de quadrilha e corrupção ativa, relativa ao mesmo episódio.
Para tentar evitar nova condenação, a defesa dos empresários requereu o perdão judicial, uma vez que eles colaboraram com as investigações por meio da delação premiada.
O magistrado paulista, entretanto, não aceitou os argumentos. Para Ali Mazloum, o fato só tem validade nos processos que tramitam na Justiça mato-grossense. Além do mais, a delação apenas resultaria em atenuação de pena.
A defesa de Darci e Luiz Vedoin também alegou que já haviam sido julgados pela prática dos mesmos crimes pela Justiça Federal de Mato Grosso. A intenção era anular o julgamento por estelionato e corrupção ativa e passiva, e manter apenas a acusação de fraude licitatória para permanecer apenas com a condenação de pouco mais de quatro anos decretada por Sodré.
Ali Mazloum, entretanto, entendeu que os fatos analisados pela Justiça de Mato Grosso não são os mesmos da ação que tramita em São Paulo.
“Os fatos aqui tratados são diversos daqueles denunciados em outras Seções Judiciárias, ainda que com este guardem similaridade. Caberia à defesa comprovar a existência de outra ação penal pelo mesmo fato aqui descrito, ônus que lhe cabia e do qual não se desincumbiu”, alegou o magistrado paulista.
Além deles, também foram condenados o vereador por Betim (PRB-MG) Pastor Marcos Roberto Abramo (PP/SP), que pegou oito anos de reclusão; Wagner Amaral Salustiano (PSDB/SP) 6 anos e 8 meses em regime semiaberto; e o vereador em Ribeirão Preto Saulo Rodrigues da Silva (PRB) foi punido em 4 anos e 2 meses. Dentre os réus, apenas Cléia Trevisan Vedoin foi absolvida.
O esquema de corrupção operava em todo o país e se baseava na venda fraudulenta de ambulâncias ao Poder Público. Segundo a denúncia, os empresários pagavam propina a parlamentares, em troca de emendas que favorecessem sua empresa, a Planam, na venda de ambulâncias superfaturadas.
De acordo com as investigações, Luiz Vedoin era um dos líderes do grupo criminoso, que causou prejuízo de cerca de R$ 110 milhões aos cofres públicos, entre 2000 e 2006.
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