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Sexta - 31 de Outubro de 2014 às 13:28

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A única sala especializada em partos humanizados, que tinha a possibilidade de concepção na água em Mato Grosso foi fechada por problemas de manutenção. Pacientes reclamam da falta de alternativas para este tipo de procedimento na Capital, seja pela iniciativa privada ou pelo Sistema Único de Saúde (SUS). 


Nesta semana, o Hospital Santa Helena, referência para gestantes de Cuiabá, informou o fechamento de sua suíte de parto. O local contava com uma banheira para nascimentos na água e era o que tinha de mais próximo de um Centro Obstétrico para partos humanizados no Estado.

De acordo com Damaris Figueiredo, enfermeira responsável pelo S.O.S. Materna, e doula (assistente de parte), não existe em Cuiabá um Centro Obstétrico ideal. “Existem centros cirúrgicos, mas eles não têm espaço para gestantes caminharem, banquinhos, bolas para elas se exercitarem, banheiras, espaços para o parceiro e para as doulas entre outras facilidades para a mãe”.

Por estas questões, parturientes reclamam do atendimento nos procedimentos de partos na Capital. Profissionais não permitem que as doulas acompanhem as gestantes, utilizam métodos retrógrados e ainda forçam o nascimento do bebê antes da hora.

Segundo M.F.S, que preferiu manter o nome no anonimato, o despreparo do médico tornou o que era para ser um momento magnífico em dor. Ela afirmou que o médico e as enfermeiras impediram que sua doula acompanhasse o parto, realizaram episiotomia (incisão efetuada na região do períneo, área muscular entre a vagina e o ânus, para ampliar o canal de parto) e não deixaram que ela ficasse com o bebê logo após o nascimento.

De acordo com a enfermeira, se for usado entendimento de parto humanizado, na realidade não são realizados partos do gênero pelo SUS na Capital. Segundo ela, não é por conta da falta de equipamentos especializados que os procedimentos não são considerados humanizados e sim pela falta de preparo e paciência dos profissionais. “Parto humanizado nada mais é do que a mãe ser a protagonista deste momento. Ou seja, ela ter o direito de escolher como quer conceber, receber o acompanhamento da doula, escolher a posição do parto, ter o primeiro contato com o bebê entre outras coisas”.

Conforme o estudo Nascer no Brasil, realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), 88% dos nascimentos nos hospitais particulares do país são através de cesarianas. O número é inversamente proporcional ao que a Organização Mundial da Saúde (OMS) indica, já que a organização sugere que apenas 15% dos procedimentos sejam cirúrgicos.

Enquanto em média uma cesariana custa R$ 7,5 mil um parto particular sai a R$ 4,5 mil. Por conta disso, na Capital, a maioria dos hospitais sequer trabalha com a possibilidade da realização de partos. As unidades realizam apenas as cirurgias cesarianas. ”Muitas mães querem o parto, porém os hospitais não fornecem o serviço, mesmo eles sendo cobertos pelo plano de saúde”.

De acordo com Marcelo Sandrin, diretor do Hospital Santa Helena, a sala foi fechada para manutenção, porém isto não implicaria em um problema clínico, uma vez que todos os partos realizados na unidade seriam humanizados. 





Fonte: Do DC

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