Brasil tem duas vezes mais homens empregadores do que mulheres Cuidar da família continua sendo uma atividade exclusiva das trabalhadoras
Apesar da maior inserção da mulher no mercado de trabalho nos últimos anos, a desigualdade de renda ainda permanece. Um desses exemplos é o de que o número de homens empregadores (2,2 milhões) é o dobro do de empregadoras (1,1 milhão).
Os dados foram divulgados, nesta sexta-feira (31), pelo IBGE no estudo Estatísticas de Gênero — uma análise dos resultados do Censo Demográfico 2010.
Enquanto o rendimento médio mensal da população ocupada masculina com 16 anos ou mais é de R$ 1.522, a da feminina é R$ 1.123.
A análise do IBGE aponta que essa diferença acontece também por uma maior presença das mulheres em ocupações precárias, de baixa qualificação, pouco formalizadas e predominantemente no setor de serviços, como o trabalho doméstico. Como se não bastasse, o cuidado da família e de pessoas com maior vulnerabilidade continua sendo exclusivamente das trabalhadoras.
Jovens
As jovens também enfrentam problemas para conseguir o primeiro emprego. Isso porque as mulheres com idades entre 16 e 24 anos (51,8 %) são maioria no Brasil, quando levado em consideração a proporção de pessoas sem rendimento. Além de estarem na fase de formação educacional, o quesito maternidade também retarda a entrada no mercado de trabalho. Já que a nova condição de “mãe” afeta a permanência escolar e a entrada e manutenção em uma vaga, segundo o IBGE.
Salário mínimo
As mulheres também representam a maior parte dos brasileiros que ganham até 1 salário mínimo. De acordo com o IBGE, em 2000,19,8% das pessoas ganhavam esta renda, sendo o público feminino a maioria entre os assalariados. Dez anos depois, esse percentual aumentou para 29,8% e 33,7%, respectivamente.
Por região, o Nordeste possui a maior concentração de assalariados (44,8%), seguida da região Norte (34,8%). Já na comparação grupos de idade, os idosos (60 anos ou mais) saem na frente.
Uma notícia positiva foi o aumento real do rendimento médio do brasileiro nas últimas duas décadas. No caso das mulheres, esse aumento relativo foi de 12%, maior do que o dos homens, com a variação de 7,9%.
O estudo divulgado hoje é baseado nos resultados do censo de 2010. Com a análise dos indicadores sociodemográficos e socioeconômicos, o levantamento serve para subsidiar a formulação, coordenação e implementação de políticas públicas.
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