AL instala CPI esta semana para investigar suspeita de fraude de R$ 300 mi de Eraí

Foto: ALMT

A Assembleia Legislativa instala nesta semana a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Cooperativa Agrícola Mato Grosso (Cooamat), criada para investigar suspeitas de sonegação fiscal. A cooperativa é ligada ao ‘rei da soja’ Eraí Maggi Scheffer (PP), presidente do Grupo Bom Futuro, um dos principais financiadores da vitoriosa campanha do governador eleito José Pedro Taques (PDT).

O presidente da Assembleia, José Geraldo Riva (PSD), autor do requerimento, fez a leitura dos nomes dos membros da CPI e anunciou sua instalação para esta semana – amanhã (6) ou sexta-feira (7). Além dele, são membros os deputados Alexandre César (PT), Dilmar Dal'Bosco (DEM), Emanuel Pinheiro (PR) e Hermínio Jota Barreto (PR).

Já na suplência da CPI estão os deputados Mauro Savi (PR), João Antônio Malheiros (PR), Walter Rabello Júnior (PSD), Tetê Bezerra (PMDB) e Guilherme Maluf (PSDB).

Embora ainda não se tenha batido o martelo, Alexandre Cesar deve ser o presidente da CPI.

Um suposto esquema de sonegação fiscal utilizando a cooperativa agrícola teria lesado o Tesouro do Estado em cerca de R$ 300 milhões. “Considerando a movimentação anual da cooperativa, entre R$ 300 a 500 milhões, a diferença de arrecadação pode chegar até R$ 50 milhões anuais. Portanto, desde que foi fundada, a Cooamat pode ter sonegado cerca de R$ 300 milhões”, observou José Riva, que não vai ser presidente da CPI.

“Com esse valor, Mato Grosso poderia ter construído três grandes hospitais”, afirmou. Há duas semanas, ele protocolizou denúncia sobre o suposto esquema no Ministério Público Federal (MPF) e na Delegacia Especializada em Crimes Fazendários (Defaz), entre outros órgãos.

“A maiorias dos associados são funcionários do Eraí Maggi e da Bom Futuro. É uma cooperativa formada por pessoas que não são produtores. É provável que use a cooperativa, em nome de laranjas, para não pagar impostos”, denunciou.

Outro lado

O presidente da Cooperativa Agroindustrial de Mato Grosso (Cooamat), Donato Cechinel, divulgou nota nesta semana em que repudia a CPI, na Assembleia Legislativa e assegurou que jamais acobertou operações com “intuito de sonegar o fisco”.

Na nota, Donato Cechinel classificou como “levianas, falsas, incompletas e de caráter meramente político” as acusações a Cooamat, feitas por Riva.